Sergipe
25.05.2021Gilmar Ferreira é professor de Língua Portuguesa e Arte no Colégio Estadual Raimundo Araújo, localizado no povoado Água Fria, no município de Salgado. Ele está convidando os colegas que lecionam na Rede Pública Estadual de Educação para compartilhar momentos inusitados que ocorrem durante as aulas remotas, com a finalidade de compor um cordel. Além de professor, Gilmar é cordelista e dispõe de sua arte com as palavras para construir histórias e compartilhar momentos em meio aos versos da literatura de cordel.
“Algumas situações inusitadas e a grande maioria delas engraçadas me inspiraram a fazer um cordel contando essa história. Eu venho perguntando aos colegas algumas situações, o que me motivou recentemente a escrever alguns versos”, conta o professor Gilmar, referindo-se aos momentos de descontração ou de curiosidades vivenciados entre professores e estudantes durante as aulas remotas.
Uma dessas situações ocorreu quando determinada professora estava ministrando uma aula por meio do Google Meet, e já exausta de falar e não obter a participação dos estudantes, percebeu que o microfone estava desligado. Naquele momento, mesmo tendo perdido tempo de fala, a professora e os alunos riram do ocorrido e voltaram à aula. Essa é uma das cenas que podem constar no cordel, e, assim como a professora que esqueceu de ligar o microfone, outros docentes também podem guardar boas histórias.
Em função da pandemia de coronavírus e do distanciamento social, as aulas remotas da Rede Pública Estadual de Educação acontecem em plataformas digitais como o Google Meet, Zoom, Google Classroom, grupos de WhatsApp etc. São nesses espaços que estudantes e professores dividem o lugar de aprendizagem com o ambiente familiar também. Por isso, o inesperado sempre pode acontecer, como quando uma mãe grita pelo filho para alguma tarefa, a internet para de funcionar ou o vizinho está em plena reforma fazendo aquele imenso barulho.
No universo dos alunos existe uma convenção ao que os professores chamam de “desculpas esfarrapadas”, que é quando o aluno dá uma justificativa por não ter enviado uma atividade no prazo, atribuindo à falha na conexão da internet justamente no momento de concluir o envio para o professor, por exemplo. Segundo o professor Gilmar, esse também é parte do conteúdo que dará corpo ao cordel, bem como aos desvios ou vícios de linguagem, tudo de forma anônima e descontraída
Se você é professor/a e tem uma boa história para compartilhar, envie para o número 79 99997-1200.
Leia a seguir o cordel de convite:
Como professor eu vivo
As tais aulas virtuais.
E aqui confesso a você,
Tenho aprendido demais.
E vivo a todos dizendo:
Quero é aprender bem mais.
Por vezes são cansativas
Todas as nossas jornadas.
Mas há coisas que acontecem
Que ficam eternizadas.
Em meio aos aprendizados
Há coisas bem engraçadas.
Dei aula no Google Meet
Como estava ali no plano.
Uma aluna perdeu aula...
Perde é muito, não me engano.
Depois me disse que foi
A internet FAIANO.
Depois disse: “FARTOU LUZ”
Lá na minha região.
E lá é ruim de estudar,
Se tiver chovendo então.
E toda hora ali cai
Sua CONECTAÇÃO.(conexão)
Um aluno bem loroteiro
Que gosta de dizer loas.
Pra fazer trabalho em grupo
Só busca ‘pessoas boas’...
Perguntou se em sua DUPLA
PODE TER DUAS PESSOAS.
Acesse também: YouTube: Sergipe Cordel e Cultura Gilmar Ferreira.