Pará
25.09.2024Representante da rede pública estadual de ensino do Pará, o professor Romis Moraes, que leciona Matemática na Escola Estadual Dr. Romildo Veloso e Silva, localizada em Ourilândia do Norte, município do sudeste paraense, está em Xangai – cidade na costa central da China, com mais de 24 milhões de habitantes - participando de intercâmbio técnico e cultural para conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco), na Universidade Normal da China. O intercâmbio faz parte da premiação que o docente recebeu ao conquistar a medalha de ouro na primeira edição da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr), em maio deste ano.
Integrante do seleto grupo dos dez melhores professores de Matemática do Brasil, Romis Moraes recebeu a medalha de ouro entre 600 docentes de todas as regiões do País. Para ele, o momento é de muito orgulho e emoção.
“Do interior do Pará para o mundo. Estou muito orgulhoso em representar minha cidade, Ourilândia do Norte, o nosso Estado do Pará e o Brasil. Me sinto orgulhoso. Eu já falei algumas vezes que não consigo descrever em palavras esse prêmio, mas acho que a felicidade é plena e abundante. A imersão tem sido incrível. Culturalmente falando, é muito diferente da nossa, paraense, e estamos nos adaptando. E esse é o ponto principal. Tem sido lindo, maravilhoso, a cultura, a tecnologias. Isso empolga a gente, e o nosso objetivo nessa viagem é a aprendizagem de Matemática”, frisou o professor.
Serão 15 dias de intercâmbio, e as primeiras impressões têm sido muito boas, com troca de ideias e diálogos sobre metodologia. “Estamos aprendendo muito aqui na China, da metodologia como eles trabalham, e falamos da metodologia do Brasil também, do Par,á e como é o ensino. Discutimos, cada professor falando sua especificidade, e os chineses também falando como é o ensino aqui. Já visitamos quatro escolas, e podemos observar, analisar, como é o ensino de Matemática por aqui. A China é considerada um dos melhores países do mundo, de acordo com o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos). Então, podemos ver como eles trabalham a Matemática aqui, e acredito que isso pode agregar muito ao nosso professorado do Pará”, ressaltou Romis Moraes.
Melhorar avaliação - Segundo o professor, o momento é uma grande oportunidade para melhorar as habilidades e metodologias no ensino de Matemática na rede pública estadual. “Aqui temos observado e analisado como eles (chineses) trabalham, e eu acho que a educação não é um ‘copia e cola’. Não é o que eles fazem aqui que deve ser implantado no Brasil e funciona, mas acredito que dá para fazer muitas adaptações, tanto no currículo, quanto nas metodologias dos países e em outras áreas. Acredito que eu posso somar à educação paraense, educação brasileira, no âmbito de poder, através dessa imersão, levar ao Brasil a particularidade que eles utilizam aqui e, consequentemente, sentar, discutir com os municípios, com o Estado, para que a gente possa abordar algum método daqui aí, ou seja, ver o que é bom aqui, tendo o possível para se realizar e, consequentemente, melhorar os índices do nosso País no sentido das avaliações internacionais”, afirmou.
Alfabetizado por uma irmã, dentro de casa, na zona rural de Ourilândia, Romis Moraes viu na educação uma oportunidade de mudar sua trajetória e, também, a vida de outras pessoas. Um dos poucos da família a concluir um curso superior, o professor de Matemática incentiva seus alunos a concretizarem sonhos por meio da educação.
Texto: Fernanda Cavalcante / Ascom Seduc