Professor aposta nas atividades práticas para despertar o interesse dos alunos pela aprendizagem

Tocantins

02.05.2023

Joselia de Lima/Governo do Tocantins

 

Uma iniciativa do Tocantins que está concorrendo ao Prêmio Educador Transformador é o projeto Do Lixo ao Money, desenvolvido pelo professor João Luiz de Oliveira Maciel Júnior, que leciona Química no Centro de Ensino Médio Ary Ribeiro Valadão Filho – CEM Arizinho, em Gurupi. O projeto concorre na categoria ensino médio com outros 517 projetos desenvolvidos por professores de todo o país. Na escola, Do Lixo ao Money foi transformada numa disciplina eletiva. 

O Prêmio Educador Transformador é uma promoção do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), da empresa Bett Brasil, em parceria com o Instituto Significare.

O professor João Luiz disse que apostou em aulas mais práticas para atrair a atenção dos estudantes, que ficaram desanimados, depois de um tempo de aulas realizadas de forma remota, no período mais crítico da pandemia da covid-19.

O projeto Do Lixo ao Money foi desenvolvido visando atender a uma necessidade de preparar os estudantes para a vida profissional. “Percebemos que muitos alunos estavam abandonando a escola para trabalhar, e a nossa intenção é que os estudantes tivessem mais motivação para continuarem estudando”, frisou.

O projeto foi desenvolvido em duas etapas; na primeira, os estudantes pesquisaram metais tipo aço da metalurgia, que estavam sem uso, e, a partir desses materiais, foram produzidos outros com valor agregado. Como o professor já tinha o curso de cutelaria, ele ensinou os estudantes a fabricarem cutelos (facas para churrasco). “Nessa fase, percebemos um grande interesse dos alunos pelas aulas e eles conseguiram vender as suas produções para os professores da escola”, ressaltou João Luiz.

O professor explicou que nessa primeira etapa foram discutidos assuntos como a criação de logomarcas, a necessidade de publicidade para divulgar melhor o produto. “Também apresentamos a parte dos custos e das margens de lucros que poderíamos anexar ao produto. E, principalmente, conseguimos mostrar que é possível estudar e ter uma renda, a partir da matéria-prima totalmente gratuita”, afirmou. João Luiz enfatizou que todo esse trabalho foi realizado com a observação de todas as regras de segurança. 

Extrair ouro do lixo

Na etapa II, da disciplina eletiva Do Lixo ao Money, a proposta foi aproveitar o lixo eletrônico da própria escola, como placas de computador e outros elementos, para ensinar os estudantes a extraírem o ouro e o cobre. “Nesse projeto, estudamos a teoria sobre o processo da extração dos metais, as soluções ácidas, a trituração, o condicionamento, as reações químicas e o ponto de fusão dos metais. E, na parte prática, utilizamos o laboratório da escola”, esclareceu o professor.

Nesse processo, os estudantes conheceram pessoas que ganham a vida recolhendo eletrodomésticos e celulares inutilizados para a retirada dos metais.

Revisão Textual: Liliane Oliveira/Governo do Tocantins