Os principais desafios das políticas de ampliação da exposição à aprendizagem, especialmente a de Educação Integral, foram discutidos nesta quinta-feira, em Brasília, durante o Congresso Internacional “Educação: uma Agenda Urgente”, promovido pelo movimento Todos Pela Educação. A implementação de políticas públicas intersetoriais entre a Educação e áreas como saúde e assistência social, bem como mais investimentos – principalmente em infraestrutura, material didático, formação e valorização dos professores – foram apontados como estratégicos para o sucesso de Educação Integral.
Também foi consenso entre os participantes que aumentar o tempo de permanência da criança na escola não tem significado se não houver um projeto pedagógico específico, que contemple além do conhecimento tradicional.
“A escola não utiliza bem o tempo no processo de ensino/aprendizagem e é preciso recuperá-la como um espaço de polifonia da vida”, analisou o secretário de Educação do Tocantins e representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Danilo de Melo Souza. “Agregar ao currículo clássico o universo da criatividade, por meio das artes e dos esportes, entre outros, faz diferença em um contexto social e econômico, no qual as populações mais vulneráveis são as principais beneficiadas pela Educação Integral”, afirmou.
A maioria dos debatedores considerou ainda que a definição do papel da União, dos estados e dos municípios no regime de colaboração preconizado na legislação em vigor o no Plano Nacional de Educação, que tramita na Câmara Federal, é essencial para uma Educação Integral de qualidade.
Equidade e inclusão
É preciso romper a dinâmica existente no país de encarar as desigualdades com naturalidade. Este foi o principal aspecto apontado pelos debatedores da sessão “Equidade e inclusão”, a última no âmbito nacional do Congresso Internacional “Educação: uma Agenda Urgente”. A exemplo da sessão anterior, que discutiu a Educação Integral, os participantes destacaram a necessidade de políticas intersetorais, mobilizando não apenas a Educação, mas o poder público como um todo.
“Devemos construir propostas para a diversidade, respeitando as diferenças, respeitando todos os grupos sociais, e sempre priorizando a criança, começando pela Educação Infantil, que é a base de todo o processo”, afirmou o secretário de Educação do Tocantins e representante do Consed, Danilo de Melo Souza.
Outra conclusão do debate foi a necessidade de cruzar os dados oficiais, como o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítsitca (IBGE) e o Censo Escolar, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), para elaborar políticas públicas. “O Inep levanta dados sobre aqueles que estão na escola, mas precisamos saber quais crianças estão fora e o porquê”, ressaltou o presidente do Conselho Assessor das Metas 2021 da organização dos Estados Iberoamericanos (OEI), André Lázaro. “É um trabalho difícil, que só é possível com esforço intelectual e técnico por parte das equipes dos órgãos envolvidos”, finalizou.
Leia também:
Movimentos criam Rede Latino-americana de Organizações da Sociedade Civil pela Educação
Visite:
Portal do movimento Todos pela Educação
Ascom/Consed
16/09/2011