Mais uma vez um professor da Rede Estadual teve seu trabalho reconhecido nacionalmente. O plano de aula do professor de história Antônio Barros de Aguiar, da Escola Estadual Professora Suzel Galiza, em Limoeiro, Agreste de Pernambuco, ficou entre os 50 melhores do Brasil. O reconhecimento foi feito no 6º Curso de Formação Continuada “A Canção Popular Brasileira no Ensino de História”, promovido pela Olimpíada Nacional de História do Brasil, oferecido pelo Departamento de História, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

O plano de aula intitulado “Músicas como ferramentas didáticas para entender o regime militar no Brasil (1964-1985): a censura e as formas de resistência” teve o objetivo de apresentar o contexto histórico da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985), fazendo uso de jornais e imagens da época para que os estudantes pudessem entender esse momento histórico do qual as canções foram usadas como forma de protesto, crítica social e política. 

O projeto foi aplicado na turma do 9º ano do Ensino Fundamental, e o professor Antônio usou as músicas “Cálice” (1978), de Chico Buarque, e “Alegria, Alegria” (1968), de Caetano Veloso, considerando ritmo, harmonia e letra. Além disso, o plano propôs entender a contextualização das canções: quem as produziu, como foram difundidas, quem as consumiu, que mensagem expressam e se foram censuradas.

A intenção do professor Antônio sempre foi promover um debate positivo em sala de aula que viesse a gerar uma reflexão das músicas que falassem sobre a conjuntura política, social e econômica atual. “Durante as aulas os alunos traziam muitas músicas que possuíam reflexões atreladas ao conteúdo e falavam sobre a questão do racismo, gênero e regionalidade. E foi nesse sentido que eu participei da Olimpíada Nacional de História do Brasil e não imaginava que meu plano de aula fosse ficar entre os 50 melhores do Brasil”, considerou. 

Para dar mais dinâmica às aulas, o professor Antônio utilizou recursos didáticos, como caixa de som, data show e notebook. De acordo com ele, o uso de músicas em suas aulas sempre foi presente, pois dessa maneira as aulas ficam mais didáticas e atrativas. “Os alunos sempre são atraídos pelas linguagens culturais, sobretudo, pelas músicas. Era comum vê-los com suas caixinhas de som na escola. Nesse sentido, resolvi intervir e trabalhar com canções como recursos didáticos no ensino de história. Introduzi na sala de aula músicas de resistência à ditadura civil militar no Brasil para que os alunos refletissem sobre a importância da música na sociedade daquele período. Eles demonstraram grande interesse e durante o debate perceberam que as canções utilizavam metáforas para falar da violação dos direitos humanos”, acrescentou.

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