O compromisso com a ciência e a inovação marcou a participação dos estudantes da rede estadual do Rio Grande do Norte no simpósio e workshop GLOBE Natal 2025, realizado hoje (18). A iniciativa reuniu estudantes de 17 escolas estaduais para a apresentação de pesquisas desenvolvidas ao longo do semestre, promovendo um espaço de troca de conhecimento e incentivo à investigação científica. Os projetos foram avaliados por uma comissão especializada, que reconheceu os trabalhos mais relevantes em diferentes categorias.

A programação contou com apresentações orais e uma sessão de pôsteres, permitindo que os estudantes expusessem suas descobertas e interagissem com o público e avaliadores. A metodologia e a qualidade científica foram aspectos essenciais na avaliação dos trabalhos, que seguiram protocolos de pesquisa reconhecidos, como os adotados pelo programa GLOBE Observer. Os estudos abordaram temas de grande impacto social e ambiental, demonstrando o potencial dos alunos para a produção científica. O evento é uma realização da Agência Espacial Brasileira e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com o apoio do projeto Meninas no Espaço.

A secretária adjunta de Educação do RN, Cleonice Kozerski, destacou a importância do evento para a formação dos estudantes e o incentivo à pesquisa científica desde a educação básica. “A ciência transforma vidas e é fundamental que nossos estudantes tenham oportunidades como esta para desenvolverem o pensamento crítico, a criatividade e a busca por soluções para os desafios do mundo atual. Os projetos apresentados demonstram o potencial da nossa rede estadual e o compromisso das nossas escolas com uma educação de qualidade”, afirmou a Kozerski.

A Escola Estadual Professora Maria das Graças Silva Germano, do município de Jucurutu, desenvolveu uma pesquisa sobre a variação da iluminação solar, comparando diferentes tipos de cobertura vegetal e sua influência na temperatura ambiente. O trabalho trouxe contribuições importantes para o debate sobre arborização urbana e qualidade de vida nas cidades.

Os estudantes da Escola Estadual Godofredo Cacho, localizada em Caiçara do Norte, analisaram o impacto das árvores na área urbana, destacando sua importância para o equilíbrio térmico e ambiental. O estudo evidenciou como a vegetação pode contribuir para a redução da sensação térmica e melhorar a qualidade do ar.

Na área da saúde pública, a Escola Estadual Felizardo Moura (Natal) apresentou uma pesquisa sobre a identificação e mapeamento de larvas do Aedes aegypti, apontando os locais com maior risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O estudo trouxe dados que podem contribuir para ações preventivas de combate às arboviroses.

O Centro Estadual de Educação Profissional Professora Lourdinha Guerra, sediado em Parnamirim, apostou na inovação e na prática científica ao desenvolver armadilhas para observação de insetos em ambientes escolares, possibilitando a identificação e o monitoramento da biodiversidade local. O projeto despertou o interesse dos participantes pela sua aplicação no ensino de ciências.

A estudante Lara Letícia, da Escola Dr. José Fernandes de Melo, de Pau dos Ferros, está participando do evento e do programa Meninas do Espaço, onde desenvolve uma pesquisa para o combate ao Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. O projeto apresentado busca determinar a quantidade mínima de óleo de ninho da Índia necessária, por litro de água, para interromper o ciclo do mosquito, tornando-se um método simples e replicável para uso doméstico.

“A ideia é que essa quantidade não altere o cheiro, a cor ou o gosto da água, mantendo-a adequada tanto para o consumo animal quanto para uso doméstico", explica Lara. A proposta visa oferecer uma alternativa acessível e sustentável, sem necessidade de equipamentos específicos, contribuindo para o controle do vetor de forma prática.

Além de estimular o pensamento científico entre os estudantes, o evento premiou os trabalhos que se destacaram em critérios como relevância do tema, qualidade metodológica, clareza na apresentação e impacto social. A premiação reforçou o incentivo à pesquisa na educação básica e o papel da escola como um espaço de construção do conhecimento.

A realização desse evento reforça o compromisso da Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte com a formação científica dos alunos da rede estadual, promovendo iniciativas que incentivam a criatividade, a inovação e a busca por soluções para os desafios do cotidiano. Com trabalhos cada vez mais qualificados, os estudantes potiguares mostram que a ciência começa na escola e pode transformar realidades.

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