Paraná
16.11.2015Para uma escola funcionar bem é preciso uma boa gestão. A qualidade do
ensino aumenta quando existe uma boa administração e a comunidade é
ouvida e incentivada a participar da vida escolar. Nesta quinta-feira
(12) é comemorado o Dia do Diretor de Escola, esse profissional que
precisa reunir várias qualidades, como administrador, líder, psicólogo,
motivador e professor.
“Hoje é um dia especial para nossas 2,1 mil escolas estaduais, data que
celebramos o Dia do Diretor de Escola, profissional que tem uma enorme
responsabilidade na vida dos nossos estudantes. Mas o diretor não
consegue fazer uma gestão sozinho, ele precisa do envolvimento de todo a
comunidade, dos pais, mães, professores, funcionários e alunos”, disse a
secretária de Estado da Educação, professora Ana Seres.
Segundo a secretária, neste ano a celebração é ainda mais especial. No
dia 3 de dezembro serão eleitos os diretores e diretores-auxiliares das
escolas estaduais. A principal mudança é que o voto será universal, terá
o mesmo peso para professores, funcionários, alunos maiores de 16 anos e
pais de estudantes, tornando o processo mais democrático.
O mandato é de quatro anos e, após dois anos, o Conselho Escolar,
formado por alunos, pais, professores e funcionários, fará uma avaliação
sobre o cumprimento das metas e prestação de contas. “A lei é
extremamente democrática. O voto igualitário universal é um grande
respeito aos nossos pais, mães, e aos alunos porque eles participam
ativamente nas escolas”, disse Ana Seres.
PROXIMIDADE - O papel dos diretores e diretoras é fundamental para que a
escola melhore os índices de ensino. Para alcançar esses bons
resultados, no entanto, o trabalho não pode se restringir ao ambiente
dentro dos muros da escola, deve ser estendido para a comunidade e fazer
com que os pais também participem, opinem, critiquem e saibam o que
acontece onde os filhos estudam.
“Por mais trabalhosa que seja a administração, desde que exista uma
proximidade com a comunidade tudo fica melhor. Quando você chama a
comunidade e põe em prática as sugestões dela, ela acaba virando
parceira. Se não existir um contato externo, no entorno da escola, você
não consegue fazer um bom trabalho. Todos precisam estar entrosados,
claro que a coletividade também precisa ter um limite, isso precisa
estar claro”, explicou o diretor Luciano Pereira dos Santos, do Colégio
Estadual Helena Kolody, de Sarandi (Noroeste).
Luciano Pereira está há sete anos na direção da escola e vai concorrer
novamente. A escola ganhou o Prêmio Bom Exemplo da RPC, em 2013, a única
iniciativa pública entre 100 concorrentes naquele ano. Agora, em 2015, o
colégio foi o primeiro colocado do Núcleo Regional de Educação de
Maringá no Prêmio Gestão CAF, da Secretaria de Estado da Educação, por
ter uma gestão financeira exemplar, e está entre as escolas selecionadas
para representar o Paraná no Prêmio Gestão Escolar 2015-2016 do
Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).
O colégio tem hoje aproximadamente mil alunos, nos três turnos, manhã,
tarde e noite. “O diretor da escola precisa deixar algum legado, pode
ser moral, ético ou de transparência em relação à democracia. Se apenas
constrói muros, faz reformas ou compra equipamentos para a escola, tudo
isso se vai com o tempo. Bons exemplos não, isso fica marcado em cada
aluno que passa pela escola”, afirmou. As três filhas do diretor estudam
no Colégio Helena Kolody.
Para a diretora Maria Sueli Duarte Azevedo, do Colégio Estadual Costa
Monteiro, de Nova Esperança (Noroeste), toda escola precisa ter
parcerias com pais e a Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF)
para realizar uma boa gestão. “Temos tentado envolver o máximo possível
os pais, fazer atividades para trazer os pais para a escola, reuniões e
palestras para a família”, disse Maria Sueli, que há quatro anos está
na direção da escola e concorrerá a mais um mandato.
O colégio tem aproximadamente 900 alunos e foi um dos três premiados do
Núcleo Regional de Educação de Paranavaí no Prêmio Gestão CAF. “O
diretor precisa estar sempre presente na escola e envolver todas as
instâncias para fazer um bom trabalho. Com a presença dos pais e da
comunidade conseguimos fazer uma gestão democrática”, definiu.
A mesma opinião tem o diretor Alci Fonseca Romero, da Escola Estadual
Professora Rosa Frederica Johnson, de Almirante Tamandaré (Região
Metropolitana de Curitiba). “Acredito que o principal papel do gestor
hoje seja conciliar todos os segmentos que existem dentro da escola:
alunos, professores, funcionários e a comunidade em geral. Isso não é um
trabalho fácil, é um desafio”, relatou o diretor.
O envolvimento dos pais também é destacado. “Entendemos que para uma
escola obter sucesso é imprescindível a participação da comunidade. Sem a
participação dos pais na escola não vai haver o sucesso esperado. O
aluno que o pai participa na escola tem um rendimento melhor. Quando o
pai é ausente o rendimento é completamente diferente”, afirmou Alci
Fonseca.
ELEIÇÕES - As eleições para escolha dos diretores serão realizadas nas
2,1 mil escolas estaduais no dia 3 de dezembro. Para se candidatar, será
necessário ter curso superior com licenciatura e compor o quadro do
estabelecimento de ensino desde o início do ano letivo da consulta.
Deverá também apresentar plano de ação compatível com o projeto político
pedagógico da escola e com as políticas educacionais da Secretaria da
Educação. Os atuais diretores também poderão ser candidatos à reeleição.
Outro requisito necessário é que os candidatos tenham participado de
curso de gestão escolar específico em formação continuada, oferecido
pela Secretaria de Estado da Educação, ou em parceria com outras
instituições formadoras. Também do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE), na linha de estudo de Gestão Escolar, ou de Curso de
Pós-Graduação, lato ou strictu sensu, com ênfase em gestão escolar,
comprovado mediante diploma reconhecido pelo Ministério da Educação.
O diretor Luciano Pereira dos Santos, do Colégio Estadual Helena Kolody,
diz que o processo de escolha será um bom momento para fortalecer as
escolas. “Acredito que deixando o voto igualitário você dá mais poder
para a comunidade. Pois, além de eleger e fiscalizar, a comunidade
também pode ajudar a escola crescer. A escola é responsabilidade de
todos nós, das famílias que podem contribuir para melhorar a qualidade
da educação pública”, afirmou.
Para o diretor Alci Fonseca Romero, de Almirante Tamandaré, as eleições
também marcam um avanço do processo democrático. “Estamos dando à
comunidade um verdadeiro papel de mudança, de transformação na escola. O
processo democrático precisa ser aprimorado sempre”, disse o diretor.