Pará
25.04.2024Em um dos principais painéis do primeiro dia do evento, o secretário adjunto de Educação Básica (Saeb), Júlio Meireles, dividiu o espaço com o diretor de Avaliação da Educação Básica do INEP, Rubens Campos, a professora Maria Helena, do Instituto Ayrton Senna e o secretário Municipal de Educação de Recife, Frederico Amâncio, onde discutiram questões relacionadas ao futuro da educação básica. "Eu falei do futuro de algumas discussões que minimamente a gente precisa ter, como por exemplo, a questão das articulações dos sistemas estaduais de avaliação com o sistema nacional de avaliação, que todos os estados têm seus sistemas e eles precisam estar articulados para o novo Saeb, uma discussão sobre que ano a gente vai estar avaliando, com uma tendência de refletir se a gente vai avaliar o sétimo ano de forma necessitaria, o segundo ou terceiro ano do ciclo e uma outra colocação no sentido de quais componentes curriculares a gente vai avaliar, além de língua portuguesa e matemática, dentre outros pontos", explicou.
O secretário destacou, ainda, que a discussão trazida sob o olhar da rede estadual foi de grande contribuição. "Eu vejo essa participação de forma relevante, considerando que é uma voz da rede, das experiências das redes estaduais, um olhar a partir de como cada rede encara a avaliação do Saeb, não só a partir da aplicação e da divulgação dos resultados, mas sobretudo como ela pode a partir desse resultado fazer a sua intervenção pedagógica necessária para melhoria dos aprendizados de cada etapa de ensino da educação básica. Então é uma voz que vem contribuir para que o novo Saeb possa, de fato, nascer a partir da perspectiva do que a rede tem clamado tanto de poder fazer os seus ajustes necessários para que a prova se torne cada vez mais qualificada e permita com que cada rede possa de fato fazer a sua intervenção necessária na busca da melhoria da aprendizagem", ponderou.
Ainda durante o dia, o professor Rafael Herdy, do Núcleo Tecnológico Educacional (NTE) da Seduc (e que foi o grande vencedor do Prêmio Educador Transformador na categoria Ensino Médio em 2023) palestrou na Bett Brasil sobre o futuro da educação e os avanços do ensino médio no Pará.
Além da participação da Seduc nos painéis e palestras do evento, um dos professores da rede pública estadual concorreu ao Prêmio Educador Transformador, na categoria Ensino Médio, com o projeto "Robótica com Açaí". O professor de geografia, Renato Alfaia, da Escola Estadual de Tempo Integral Abraão Simão Jatene, no município de Cametá, na Região de Integração do Tocantins, ficou entre os cinco melhores projetos transformadores do Brasil. "Foi uma grata surpresa chegar tão longe no prêmio. O mérito é todo dos alunos, eles são fantásticos. É muito emocionante receber essa notícia porque esse prêmio não é individual, ele é de todos que fazem a educação pública paraense, principalmente dos nossos alunos e não chegaríamos aqui sem o apoio daqueles que estiveram o tempo inteiro lutando por isso. Eu e a professora Gracilene Caldas, minha parceira no projeto, estamos felizes com a conquista, esse prêmio é um trabalho de muitas mãos", contou.
Criado em 2023 para participar do TechCamp Pará (uma grande competição de robótica do estado), o projeto Robótica com Açaí surgiu dentro das ações do Projeto Por Afinidade (PPI) com o intuito de unir sustentabilidade e tecnologia. Sob orientação do professor, os estudantes criaram um carrinho controlado por bluetooth e uma lixeira automatizada utilizando o caroço do açaí, mititi e papelão. O carrinho, controlado pelo celular, conseguia superar obstáculos e alcançar objetivos dependendo do comando dado conforme atividade realizada na escola. O robô ainda chegou a participar do campeonato de futebol e robôs. Já a lixeira possuía sensores que faziam com a tampa levantasse sempre que alguém aproximasse a mão para colocar o lixo.
"A partir da ideia, a gente caçou papelão, foi buscar o miriti, o açaí. A grande sacada do projeto foi justamente fazer com que as crianças conseguissem desenvolver a tecnologia aliada à sustentabilidade. Todo mundo já conhece o açaí como alimento e saber que a gente pode produzir tecnologia com a identidade amazônica é bem interessante", explicou Renato sobre o projeto.
Prêmio Educador Transformador - Promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Bett Brasil e Instituto Significare, o Prêmio Educador Transformador é uma iniciativa que visa reconhecer e valorizar projetos educacionais que promovem transformações significativas na educação brasileira, especialmente no que diz respeito ao empreendedorismo e à inovação. Professores de instituições públicas e privadas de todo o país são convidados a participar, apresentando suas iniciativas que tenham sido implementadas com estudantes de diferentes níveis e modalidades de ensino.
Texto de Fernanda Cavalcante / Ascom Seduc