Avaliação da Educação Básica
15.08.2019A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) promoveu nesta quarta-feira (14/8), em Pirenópolis, o seminário “Avaliação e Educação de Qualidade”, em parceria com o Instituto Unibanco (IU). O evento foi direcionado aos coordenadores pedagógicos do Ensino Médio, assessores pedagógicos das Coordenações Regionais de Educação (CREs) e técnicos da Seduc.
A secretária Fátima Gavioli, que participou da abertura do evento e acompanhou a programação até o final, destacou a importância das parcerias para garantir avanços à educação estadual e citou a necessidade de promover algumas mudanças no modelo de tempo integral de forma que a aprendizagem seja realmente significativa e contribua para uma boa formação dos estudantes. “Para a grande maioria de nossos alunos, a escola representa a única oportunidade de conquistar um futuro melhor e por isso é fundamental que eles tenham acesso a um ensino de qualidade”, frisou ela.
Fátima Gavioli reconheceu que o apoio de diversos parceiros tem feito muito pela educação goiana e chamou a atenção para o atual cenário de Goiás. “Existe uma mudança muito importante acontecendo na rede estadual de ensino, que é muito mais do que uma mudança de prédio. Estamos vendo uma mudança que é de gestão, que é pedagógica e até filosófica. E isso, com o tempo, nos trará resultados ainda melhores”.
A secretária ressaltou ainda que a Superintendência de Educação Integral da Seduc, ao lado do Instituto Sonho Grande, está trabalhando no sentido de dar uma nova modelagem para o Ensino Médio de tempo integral dentro da proposta de promover uma educação realmente com foco na formação integral dos alunos.
Desafios
Ricardo Henriques, superintendente do Instituto Unibanco, lembrou que os desafios da educação pública estão ainda maiores atualmente por conta de uma conjuntura econômica marcada pelo ajuste fiscal. Segundo ele, essa realidade impõe consequências muito fortes sobre os investimentos em áreas prioritárias, como a educação.
O superintendente do IU frisou que embora o Estado de Goiás seja hoje uma referência brasileira na qualidade da educação, especialmente no Ensino Médio, esses resultados não significam que não seja necessário repensar mudanças. Ricardo Henriques afirmou que toda parceria pela educação é sempre desafiadora porque caminha no sentido de co-criar caminhos que permitam avançar.
Um dos pontos da palestra “Contexto Educacional e Gestão para o Avanço Contínuo”, o superintendente do IU falou sobre os modelos de gestão na construção de bases para garantir um avanço contínuo na qualidade do ensino. Destacou, também, que os líderes efetivos que conseguem mobilizar boas condições aos professores e impactar na aprendizagem mostram um repertório de práticas semelhantes.
Nesse repertório, entre os pontos que merecem destaque, estão a construção de uma visão compartilhada, definição clara de objetivos, altas expectativas, atenção e apoio intelectual, interação permanente e visibilidade com os estudantes, criação de uma cultura colaborativa e de uma relação produtiva com a família e a comunidade, dar apoio técnico aos professores e conectar a escola com seu entorno e suas oportunidades.
Reforço escolar
Durante sua participação no seminário, o jornalista Antônio Gois lançou importantes reflexões ao abordar o tema “Avaliação Educacional e Desigualdades no Brasil”. Especialista em temáticas ligadas à área educacional, Antônio Gois comentou sobre a necessidade de priorizar o combate às desigualdades na rede pública, sugeriu mais investimentos em ações de reforço escolar e chamou a atenção para o fato de que a aprendizagem está diretamente associada a fatores de violência e de vulnerabilidade social.
Colocações importantes também foram feitas pelo pesquisador César Nunes, gerente de Desenvolvimento de Soluções do Instituto Unibanco, e pela professora Waldirene Barbosa, analista de Avaliação do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) durante um debate mediado por Antônio Gois.
Para César Nunes, as avaliações precisam ser uma ponte entre o ensino e a aprendizagem para se analisar o que o aluno tem aprendido. “As avaliações nos permitem pensar em novas metas para avançar e garantir ações para que um número maior de alunos possa aprender de forma significativa. Elas também são fundamentais no sentido de permitirem verificar se o direito constitucional de acesso a uma educação de qualidade está sendo cumprido pelo poder público”, destacou a professora.
Especialista em tecnologias interativas aplicadas à educação, Jane Reolo enfocou a importância do envolvimento do diretor com a comunidade educacional durante sua participação no debate sobre experiências exitosas de diretores que fazem a diferença.
Seminário
O seminário “Avaliação e Qualidade da Educação” foi promovido com o intuito de enfatizar a importância e a necessidade das avaliações internas e externas como instrumentos de gestão pedagógica, uma vez que, a avaliação externa é realizada por turmas, o que permite detectar as maiores dificuldades dos estudantes e, a partir daí, planejar aulas com conteúdo programático que proporcione melhoria do rendimento escolar e a avaliação interna possibilita gerar devolutiva direta para o estudante e para o professor, e este, por sua vez, buscar arranjos de conteúdos mais assertivos.
O seminário busca a melhoria da aprendizagem, a garantia da permanência dos estudantes na escola e, principalmente, a efetiva redução das desigualdades educacionais na rede pública estadual de ensino de Goiás. Além dos coordenadores e técnicos da Seduc, o encontro contou com as presenças das professoras Osvany Gundim (superintendente de Ensino Médio), Márcia Rocha Antunes (superintendente de Educação Integral) e Rita de Cássia Ferreira (superintendente do Centro de Estudos, Pesquisa e Formação dos Profissionais de Educação).
Jovem de Futuro
A parceria entre a Seduc e o Instituto Unibanco tem como principal ação o programa Jovem de Futuro, implantado desde 2012 nas escolas de Ensino Médio de tempo integral do Estado. O programa tem como objetivos a melhoria da aprendizagem, a permanência dos estudantes na escola e, principalmente, a redução das desigualdades educacionais da rede estadual goiana.
O Ensino Médio do Estado alcançou a nota de 4,28 no IDEB 2017, muito acima da média brasileira, que é de 3,5. O resultado é fruto, entre outras ações, de um processo chamado Circuito de Gestão. Trata-se de uma sequência de ciclos, sendo que cada um é composto por diferentes etapas: planejamento, execução, avaliação de resultados e correção de rota (replanejamento), sempre considerando as realidades locais e adaptando as etapas junto com a Secretaria.