Goiás
26.04.2022Os dois últimos dias de formação em Pirenópolis foram marcados por palestras, discussões e atividades práticas que englobaram a dinâmica das escolas de Tempo Integral, o clima escolar e a definição de metas para o ano letivo de 2022.
Na terça-feira (19/4), os gestores, assessores e coordenadores pedagógicos receberam a pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Telma Vinha, e a gerente de implementação de projetos do Instituto Unibanco, Maria Júlia Azevedo, em palestras sobre o clima e a gestão escolar no pós-pandemia.
Com o tema “Clima Escolar no pós-pandemia”, Telma Vinha trouxe aos profissionais da Educação dados e informações sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no comportamento humano e, sobretudo, na vida dos jovens e dos professores. “É como se vocês tivessem construído um avião durante o voo”, afirmou a pesquisadora ao falar sobre o ensino remoto.
Para Telma, a retomada ao ensino presencial deve considerar as mudanças geradas pela pandemia, exigindo dos gestores escolares e educadores um novo olhar sobre a aprendizagem. “Em uma planta que está seca você não coloca o dobro de água. O mesmo acontece com o conhecimento. Nós precisamos trabalhar o equilíbrio”, exemplificou na ocasião.
Como alternativa, a pesquisadora propôs o desenvolvimento de um plano de acolhimento nas escolas, que exige o desenvolvimento de uma escuta ativa entre professores e estudantes. Na prática, ela defende que sejam criados círculos de escuta, espaços de acolhida e dinâmicas que abordem as competências socioemocionais.
Na mesma data, os gestores e coordenadores tiveram a oportunidade de ouvir a gerente de implementação de projetos do Instituto Unibanco, Maria Júlia Azevedo, cuja fala foi mediada por Carlos Eduardo Brandão e Monique Garcia, que também são membros da equipe do Instituto.
Na oportunidade, Maria Júlia Azevedo falou sobre gestão escolar e sobre as práticas voltadas para o avanço contínuo. Citando exemplos práticos, a gerente de implementação de projetos fez com que os participantes do evento pensassem sobre desafios cotidianos e compreendessem a importância de um mapa de ação.
Após a palestra, foi a vez de gestores, assessores e coordenadores pedagógicos colocarem a mão na massa com a criação de um mapa de ação. Usando dados fictícios, os profissionais tiveram que identificar seus objetivos, desafios e resultados esperados.
Cláudio Acácio Souza Dias, coordenador de Implementação de Projetos do Instituto Unibanco em Goiás, explica que essa etapa de criação do Mapa de Ação é parte das ações do Circuito de Gestão Goiano, metodologia aplicada no programa Jovem de Futuro e que agora será estendida a toda rede pública estadual de ensino.
“As escolas de tempo integral já tinham um modelo, que vinha de um projeto próprio da Secretaria. O que a gente está fazendo é uma integração desses métodos para que isso seja complementar e potente. A gente está trabalhando na gestão para resultados de aprendizagem, trazendo essa contextualização e reforçando o processo que eles estão vivendo. Uma reflexão da qualidade do plano de ação, frente aos resultados que eles querem chegar”, explica Cláudio.
Para Leandro George de Oliveira Pires, gestor do Centro de Ensino em Período Integral Novo Horizonte, o momento foi essencial para o alcance das metas para o ano letivo de 2022. “É conhecimento demais. A importância do planejamento, a importância de se delegar funções, do circuito de gestão como um todo e sua aplicação, e de poder ter ele como referência para sempre poder melhorar mais ainda o ensino e a aprendizagem na escola”, ressaltou.
Na quarta-feira (20/4), foi a vez de os participantes receberem a secretária de Estado da Educação de Goiás, Fátima Gavioli; a subsecretária de Governança Educacional, Selma Bastos; e equipes de licitação, alimentação escolar e infraestrutura da Seduc. Na ocasião, os gestores dos Centros de Ensino em Período Integral (Cepis) puderam tirar dúvidas sobre processos administrativos específicos.
A data marcou ainda o encerramento da formação em Pirenópolis após três dias de programação. Em um balanço do evento, a superintendente de Educação Integral da Seduc, Márcia Antunes, falou sobre a importância do encontro do ponto de vista da retomada.
“A gente considera que foi um encontro muito positivo, onde eles puderam não só perceber o funcionamento dessa escola (de tempo integral), mas ao mesmo tempo repensar as práticas, as rotinas e retomar alguns princípios. A gente apresentou para eles alternativas de como reconstruir, como iniciar esse processo de atividades presenciais”, disse.
Para Amália de Cássia, gestora do recém-criado Cepi Maria Benedita Veloso, o encontro foi a oportunidade de imersão nas rotinas do tempo integral e vai contribuir para a estruturação da escola e na conscientização de pais e estudantes.
“Ainda enfrentamos a resistência de alguns pais, que agora que estão entendendo, agora que estão criando vínculos com a escola. Estamos fazendo aquele serviço de formiguinha, chamando um pai ou outro, fazendo reunião, conversando sobre o que é melhor. É algo que vai melhorando cada dia mais, principalmente quando falamos desse envolvimento”, relatou a gestora.
Já para Gabriel Santos Cardoso, aluno egresso do Cepi Carlos Alberto de Deus e um dos representantes do Projeto Porta-Vozes, o momento contribui para uma melhor compreensão entre equipes escolar e estudantes.
“Isso aproxima mais os estudantes dos gestores, dos coordenadores e essa proximidade é fundamental para que todo mundo saiba o que o outro está sentindo, o que o outro busca melhorar, e eu acho muito importante essa comunicação, é uma oportunidade muito boa para estreitar os laços”, descreveu o ex-aluno, recém-aprovado no curso de História e que pretende retornar como professor em uma escola de Tempo Integral.