Mato Grosso
18.05.2022A Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), por meio da Superintendência de Diversidades Educacionais, acompanhou a gravação da palestra realizada em duas escolas de Rondonópolis nessa sexta-feira (13/05). A psicóloga Érica Rezende Barbieri trabalhou junto aos alunos do Ensino Fundamental e Médio, a cartilha “Autismo Sonho de Menino”, cujo objetivo é conscientizar, esclarecer e melhor incluir todos os estudantes que tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A primeira palestra aconteceu na Escola Estadual Daniel Martins Moura, que atende alunos do Ensino Fundamental e Médio, em três períodos. A escola optou por levar à palestra os alunos do 1° ano, para que estejam mais preparados e possam contribuir com a conscientização de outros estudantes.
O diretor da escola, Watson Silva de Almeida, ressalta a necessidade de falar sobre o assunto, principalmente para que haja um maior acolhimento. “Principalmente porque estamos voltando de uma pandemia, precisamos fortalecer a questão do respeito ao próximo e entendendo as dificuldades um dos outros para apoiar o colega em sala de aula”.
A neuropsicóloga Érica é mãe de Enã, um autista que hoje tem 30 anos e é médico. A partir da história de vida dele, ela foi explicando aos estudantes as características e especificidades das pessoas com autismo, para então, orientar os alunos e facilitar a inclusão, com respeito a suas diferenças.
A palestrante comemora a realização do evento e percebe o dia como histórico. “É um dia em que o projeto ‘Autismo na Escola’ sai de Rondonópolis e toma todo o Estado de Mato Grosso. Por meio da palestra e da informação, acreditamos que podemos quebrar preconceitos e mudar a realidade para ensinar todos a conviver com a diferença”.
A professora Ana Maria da Silva, que é responsável pela Sala de Recursos da escola e atende há dois alunos com autismo, parabenizou a realização do projeto. “Quanto mais informação tivermos, mais fácil lutar contra a exclusão. Às vezes, o colega deixa de se aproximar por não saber realmente o que significa. Não é uma doença. É uma condição e, muitas vezes, uma palestra dessa pode esclarecer os jovens de hoje”.
A estudante de 15 anos, Juliana de Souza Monteiro da Silva, foi diagnosticada com autismo por volta dos 11 anos e hoje cursa o 1° ano do Ensino Médio. Juliana vê a palestra como uma oportunidade de inclusão para os estudantes com TEA. “Isso é extremamente importante, porque tem muita gente desinformada e acaba chamando pessoas com autismo de esquisitas. Isso acaba ofendendo. Elas não sabem lidar com essa situação, mas aqui vão ficar melhor informadas e vão pensar em como ajudá-las”.
A segunda palestra foi voltada para alunos do Ensino Fundamental e aconteceu na Escola Estadual Renilda Silva Moraes, que tem 13 alunos na Educação Especial. Para a diretora, Simone Marques, o evento representa a consolidação de um trabalho, que a escola vem desenvolvendo há anos com a educação inclusiva. “Hoje, essa ação está dentro do âmbito das políticas educacionais do Estado de Mato Grosso”, ressalta.
Elizângela de Souza Nogueira, que é mãe do Artur, um aluno com autismo de 10 anos, acompanhou a palestra e comemorou a existência do projeto. “Ele veio para fazer um diferencial, trazer um olhar para que as crianças entendam que elas podem ter um amigo autista, auxiliando essas crianças em sala de aula. O meu filho aprendeu neste ano a ter amigos que ele nunca teve, então, a escola foi um influenciador muito grande para ele”.
A superintendente de Diversidades Educacionais da Seduc, Lúcia Aparecida Santos, explicou os passos do projeto. “Estamos aqui concluindo uma fase do projeto e, essa aula será disponibilizada para todas as escolas. Os professores serão capacitados para, a partir disto, nossos estudantes serem cuidados de acordo com a necessidade de cada um, sendo enxergado na sua especificidade”, destacou a superintendente.
Texto de Luciana Oliveira