Palestra aborda estratégias de comunicação que facilitam o processo de ensino-aprendizagem

Pará

24.10.2024

A Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) consiste em um conjunto de ferramentas e estratégias utilizadas para resolver os desafios da comunicação no cotidiano. Na educação, o uso da CAA facilita o ensino-aprendizagem dos alunos que têm dificuldades no desenvolvimento e uso da linguagem. O assunto foi tema da palestra da fonoaudióloga Leidiane Araújo, ministrada nesta quarta-feira, 23, no auditório da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A programação reuniu professores da rede estadual de ensino, coordenadores pedagógicos, diretores de escolas, equipes das Regionais da Seduc e demais públicos da educação especial. 

"Como nós trabalhamos com o aluno com deficiência e também com os transtornos de aprendizagem, a formação de hoje traz um conhecimento específico para cada necessidade do indivíduo, do aluno que está lá na escola. São técnicas específicas para alcance do processo de ensino-aprendizagem, com o uso de material alternativo de tecnologia assistiva. Portanto, esse evento gera conhecimento, troca de experiência entre os professores do atendimento educacional especializado e do ensino regular para que eles desenvolvam as atividades adaptáveis ao aluno com deficiência. Além disso, a proposta é justamente formar o nosso gestor para que ele se torne mais inclusivo por meio do projeto político pedagógico, com os anseios da comunidade escolar e também dos familiares dos nossos alunos. Por isso, hoje nós temos também os diretores das unidades escolares que estão formando, estão participando dessa capacitação, para serem multiplicadores para a sua equipe de professores no contexto escolar", ressaltou a coordenadora de Educação Especial do Estado do Pará (COEES/Seduc), Denise Corrêa.

A doutora em Teoria e Pesquisa do Comportamento, com foco em Análise de Comportamento Aplicada, pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Leidiane Araújo, faz parte da equipe do Núcleo de Avaliação Educacional Especializada do COEES e durante a palestra, ela abordou sobre os métodos de comunicação alternativa que podem ser trabalhados nas escolas com os estudantes. 

"A gente decidiu fazer esse evento para mostrar as novas estratégias de Comunicação Alternativa e Aumentativa. Existem as de baixa tecnologia que utilizam recursos impressos, como os livros e pranchas de comunicação. E os de alta tecnologia são as que são usadas nos dispositivos eletrônicos como tablet, ipad, celular. Nós também temos o sistema robusto de comunicação, que é um sistema de linguagem que permite que a gente converse com alguém utilizando símbolos até chegar numa forma gramaticalmente correta", explicou.

Para a professora Naete Cardoso, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Profª Maria Araújo de Figueiredo, em Ananindeua, o evento trouxe ainda mais conhecimento sobre ferramentas que podem ser trabalhadas em sala de aula. "Quando eu vi a temática, eu me inscrevi logo na palestra. É um assunto muito bacana, porque eu vejo a necessidade dos nossos alunos e dos nossos professores. Ano passado eu fiz justamente uma formação com os professores sobre o uso dos pictogramas que, na época, eu não tinha nem associado à comunicação alternativa. São as figurinhas que o aluno compreende a partir das ações que ele quer fazer. Eu trabalhei o conteúdo dentro da sala de aula. E com o uso dessa técnica nas provas que os professores fazem, é muito mais acessível, nosso aluno compreende realmente", disse.

A coordenadora pedagógica, Carla Rodrigues, da Escola Estadual Profª Maria Araújo de Figueiredo, considera importante que essas formações sejam contínuas e acessíveis a todos. "Quando a gente consegue ter acesso a essas formações, essas inovações, o que parece pesado se torna muito mais leve, tanto para a escola, como para os profissionais, como para os alunos, até mesmo para as famílias. Então é muito interessante estarmos nesses momentos de socialização de conhecimentos para que a dinâmica da escola ocorra de forma positiva. Isso abre novas ideias, com certeza". 

 

Texto: Ericka Pinto / Fadep