Mato Grosso
23.08.2021Após um ano e quatro meses de ensino não presencial, os alunos da rede pública estadual vivem um mês de agosto diferente: ensino na modalidade híbrida com a sensação de primeiro dia de aula. Motivo de adaptação também para quem convive com os estudantes, seus pais e responsáveis.
Simone Brender, mãe da Gabrielly Brender, aluna do 9º ano, da Escola Estadual Professora Arlete Maria, em Várzea Grande, revela já ter percebido a diferença no ensino da filha. “Se os demais pais percebessem como eles estão seguindo as medidas de biossegurança, como melhorou o rendimento, veriam que é possível voltar às salas. Nessas duas semanas de volta às aulas já noto a diferença. Ela acorda mais disposta”.
Entre relatos de desanimo e cansaço das telas, a divisão das turmas em grupos, entre os que frequentam as salas e os que ficam em casa, também foi um fator de estímulo.
“Minha filha é aluna do Grupo A no ensino híbrido e essa semana não está vindo à escola. Mesmo com aula em casa, percebo que ela está mais feliz”, revela Simone.
Gabrielly, estudante da escola há quatro anos, relata que os primeiros dias todos estavam ainda muito concentrados e preocupados, que foi preciso entender a adaptação e também pelo incentivo dos professores para que ela e os colegas passassem a conversar mais.
“Esperava que todos ficassem mais animados, mas como ainda estamos vivendo com a Covid-19, todos estavam pensando muito nas medidas de biossegurança, todos muito sérios. Com o cuidado dos professores passamos a nos sentir mais alegres”, conta Gabrielly.
Para o profissional da indústria, Leandro Matos, pai da Ana Clara, aluna do 6º ano, já era o momento de as escolas voltarem. Para ele, a filha precisava de convivência e troca de ideias entre os colegas de turma para melhorar também o desenvolvimento social.
“Sei que os professores fizeram o melhor para os alunos, mas não é a mesma coisa. É importante ter interação e discussão dos novos assuntos. Sem falar na formação de caráter. Ainda que respeitando o distanciamento, o fato de estarem na escola coloca em prática a ajuda ao próximo que tanto falamos em casa”, ressalta o pai da Ana.
Em sua primeira semana de aula do Grupo B na modalidade híbrida, Ana Clara comenta que, por ter mudado recentemente para Várzea Grande, a expectativa de conhecer os novos amigos era grande. “No começo é difícil conhecer todo mundo, mas aos poucos está acontecendo. Depois de quase dois anos sem aula, poder ouvir o professor lendo o livro é a melhor sensação”, conta a estudante.
Foco na aprendizagem
Secretário de Estado de Educação, Alan Porto enfatiza que o retorno na modalidade híbrida foi muito bem planejado para garantir a biossegurança, iniciar o processo de recuperação da aprendizagem e cuidar do socioemocional.
“Depois de muito planejamento, debates, aumento de repasses para as escolas, capacitações, a rede estadual de ensino retomou as aulas na modalidade híbrida. Nossos estudantes ficaram mais de 1 ano e 4 meses fora das salas de aula e esse passo que conseguimos dar é de extrema importância em vários aspectos. Além da defasagem na aprendizagem, nossas crianças e adolescentes estavam expostos a muitos outros problemas sociais”.