O moderno e o contemporâneo se encontram em projeto sobre a Semana de Arte Moderna

Mato Grosso

25.04.2022

Para marcar os 100 anos da Semana de Arte Moderna - uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922, alunos da Escola Estadual Padre Tiago, em Mirassol D’Oeste (a 296 km de Cuiabá), realizaram uma ação que inseriu a arte contemporânea na rotina escolar.

O foco do projeto escolar foi inserir o novo e a atualidade em uma homenagem ao centenário do movimento que chocou parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”.

O ponto alto foi uma releitura do antigo ao atual. Para isso, a professora Janice Destacio Floriano fez uso da tecnologia para realizar o projeto nas aulas de Arte. Após algumas aulas sobre o contexto histórico e a importância do evento ocorrido em São Paulo, os alunos foram orientados a realizar, em grupos, releituras das obras dos artistas que expuseram em 1922.

“Eles precisariam colocar em suas releituras uma imagem que representasse o contemporâneo, algo comum no seu dia a dia, como por exemplo, figurinhas, stikers, memes, sinal de Wifi, símbolos de redes sociais, entre outros. O resultado foram releituras representativas do jovem contemporâneo com cores, símbolos e a visão que o adolescente tem da arte atual”, destaca a professora.

Além das releituras expostas em pontos estratégicos de maior movimento na escola, houve também uma homenagem com apresentações de teatro sobre o Grupo dos Cinco, composto por Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Piccha, idealizadores e organizadores do evento em 1922.

Os alunos também realizaram declamações de poemas e apresentações musicais que foram do sertanejo ao rock. Da música clássica ao gospel, ressaltando a diversidade de gêneros musicais ouvidos pelos adolescentes.

Janice lembra que A Semana de Arte Moderna é um dos eventos culturais mais comentados até os dias de hoje. Tratava-se de uma arte que expressava o Brasil da época conforme a visão dos artistas, que criticava a burguesia e o jeito extremamente correto dos parnasianos ao escreverem suas poesias.

“Além disso, 1922 foi o centenário da Independência do Brasil. O cenário era ideal para a renovação artística nacional. O país, que se transformava e se modernizava, precisava de um novo olhar artístico, sociocultural e filosófico que propusesse uma arte nacional original e atualizada, trazendo um pensamento a respeito da realidade e da variedade cultural, características do território brasileiro”, assinala.

Texto de Adilson Rosa