Novos concursados da Rede Estadual falam de expectativas e alegria pela aprovação

Alagoas

16.05.2022

“Para mim, é uma realização enorme voltar à escola que ‘me criou’, agora como professora efetiva, e poder compartilhar meus conhecimentos com os alunos. Também quero dizer a eles que podem e devem sonhar e chegar onde eles quiserem”. A fala emocionada de Nathaly Pereira reflete a vitória de quem percorreu uma longa jornada até a sonhada vitória. Ela é uma dentre os mais de três mil professores que se somam à rede estadual após a aprovação no concurso promovido pelo Governo do Estado para a Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

“Os novos concursados chegam em um momento em que temos um investimento histórico na educação pública alagoana. Temos muitos desafios pela frente para recuperarmos as perdas causadas por mais de dois anos de pandemia, e esses professores somarão muito ao excelente corpo docente que já temos em nossa rede. Além disso, estarão entre os professores melhor remunerados do país, graças à reestruturação do Planos de Cargos e Carreiras do Magistério”, pontua o secretário de Estado interino da Educação, José Márcio de Oliveira.

O período de lotação foi concluído esta semana e, agora, os novos concursados passarão por uma série de formações. A primeira teve início no último dia 3 e se estende até agosto, sendo voltada para os professores da Educação Especial que atuarão nas escolas estaduais. Também estão previstas formações das Superintendências de Valorização de Pessoas, Políticas Educacionais e das próprias escolas.

Novo desafio

Anderson Gomes chegou à Escola Estadual Graciliano Ramos, de Palmeira dos Índios, em 2013, como professor contratado. Nestes últimos nove anos, fez história na instituição pelos projetos que desenvolveu na área de Artes, em especial o teatro, formando com os alunos o grupo “Os Loucos também Amam” e montando peças que foram premiadas dentro e fora do Estado. Agora, ele começa uma nova missão como professor da Educação Especial na escola. E continuará tendo a arte como instrumento educativo.

“A arte será meu ponto de partida, acredito muito nesse processo artístico como instrumento de ensino e aprendizagem. Quero também trabalhar com os alunos as perspectivas da inclusão, para que compreendam o contexto da educação especial, criando práticas inclusivas”, revela Anderson, que também já coordenou a Educação Especial no município de Estrela de Alagoas.

Superação

Para Williane Ferreira, ser aprovada em uma das vagas de Matemática para a 13ª Gere – que abrange as escolas do Cepa e Alta Maceió – é motivo de alegria e orgulho , visto que demandou da jovem educadora poder de superação: estudou para o concurso enquanto dividia seu tempo entre as aulas na rede estadual e particular e atividades do Doutorado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

“Todas as noites, eu dedicava pelo menos uma hora para o concurso. Inclusive estudei em grupo com outros colegas de Matemática em encontros remotos”, recorda. “Sou professora desde 2013 e, durante todo esse tempo, trabalhei como professora contratada na rede estadual. Ter sido aprovada em meio a tantos desafios é gratificante. Estou muito feliz e espero continuar contribuindo com a rede estadual e para a aprendizagem dos alunos”, declara Williane, que foi lotada na Escola Estadual Marcos Antônio, no Benedito Bentes, em Maceió.

De volta pra casa

Nos anos 80, a cantora Tetê Espíndola fez o Brasil cantar que “o amor estava escrito nas estrelas”. Os versos de Tetê se encaixam para explicar o que o destino reservava para Nathaly Pereira que, depois de muitas idas e vindas, foi lotada como professora de Artes na escola “do seu coração”: a Afrânio Lages, no Cepa, em Maceió, onde cursou desde a educação infantil até o ensino médio.

“Sou muito grata a esta escola. Aqui aprendi a ler, escrever, interpretar textos, fazer redações; descobri minha paixão pelas artes e me preparei para o Enem. Fiz grandes amigos e apresentei minha primeira peça teatral. E, desde os anos iniciais, sabia que queria ser professora, tendo como inspiração os meus professores. O Afrânio Lages me formou, e não só na parte educacional, mas para a vida e como cidadã, pois aqui aprendi a trabalhar em grupo, a lidar com conflitos”, afirma, Nathaly, lembrando também que a antiga Escolinha de Artes do Cepa, atual Centro de Artes e Mediações (Camec) teve um papel importante na descoberta de sua vocação e que, mais tarde, fariam com que cursasse a licenciatura em Teatro na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Antes da lotação na Afrânio, Nathaly foi professora contratada nas escolas estaduais Teotônio Vilela e José da Silveira Camerino.