BNCC
17.07.2019Texto de José Arnaldo
Muito se fala sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que foi homologada em 2017. Mas, em meio a mitos e verdades, pouco se fala das mudanças reais que o documento trará ao ensino infantil, fundamental e médio. O objetivo da Base, segundo seu texto, é “contribuir para a construção de uma sociedade mais ética, democrática, responsável, inclusiva, sustentável e solidária. Que respeite e promova a diversidade e os direitos humanos, sem preconceitos de qualquer natureza”. Em Alagoas, o documento é trabalhado por meio de formações promovidas pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
A BNCC, por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), norteia a construção de referenciais curriculares dos estados e municípios. Ou seja, cada estado vai desenvolver o seu currículo com base na sua realidade socioeconômica e cultural. A base busca desenvolver competências nos estudantes que ultrapassem as barreiras das escolas, além, é claro, de inovar na forma que os conteúdos são lecionados pelos professores.
Isso não quer dizer que os estudantes deixarão de ver os conteúdos tradicionais, como língua portuguesa, matemática, história, geografia e ciências. Mas novos métodos de ensino serão desenvolvidos, para tornar o assunto mais eficiente para o aluno. Isso fará com que a aplicação do que foi trabalhado na sala de aula possa ser usado, também, fora dela.
Referencial - Em Alagoas, a Seduc vem trabalhando com a capacitação de professores, gestores e articuladores de ensino para a implementação do Referencial Curricular do Estado, já elaborado e apresentado em 2018, seguindo as diretrizes definidas pelo Ministério da Educação (MEC). No ensino fundamental, o conteúdo trabalhado em sala de aula será o mesmo que todos os outros estados do país. A diferença está no tratamento que o conteúdo vai receber.
“No nosso documento, há uma contextualização com o nosso território. Nós temos um campo chamado desdobramentos didáticos pedagógicos, que é como vamos enxergar, naquele componente, os objetos que os alunos estão estudando. Neles vamos trazer nossos artistas, trazer a nossa cultura. Ele também possibilita reportar ao nosso território. O conteúdo é o mesmo trabalhado em todos os outros estados do país, são universais, mas os nossos elementos farão parte desse estudo”, explica Fabiana Dias, gerente da Educação Básica da Seduc.
Aqui no Estado, dois ciclos para a implementação da BNCC foram criados. Em 2018, o Ciclo I, com a educação infantil e fundamental. Nele, houve a elaboração do referencial curricular, com consultas públicas e análises do Conselho Estadual de Educação. Atualmente, Alagoas passa pelo Ciclo II, onde há formações dos profissionais que trabalharão com os estudantes, seja professores, gestores e articuladores de ensino.
Dia D - No dia 19 deste mês, será realizado o Dia D de implementação do Referencial Curricular, do Projeto Político Pedagógico (PPP), que ocorrerá em todo o Estado. As Gerências Regionais e Secretaria Municipais de Educação (Semeds) se mobilizarão com os gestores das escolas para a atualização ou a elaboração do PPP das escolas, para poderem se nivelar com o referencial curricular.
Em Alagoas, não haverá alteração na carga horária dos estudantes que atualmente conta com 840 horas anuais para os estudantes do 1° ao 5° anos do ensino fundamental. Para o os alunos do 6° ao 9° anos, 880 horas anuais no ensino fundamental diurno, o noturno também mantém suas 840 horas anuais.
Fabiana diz que houve mudanças significativas no currículo da educação infantil, onde há divisão por idades, pontos de experiência e a importância de se aprender brincando. A implementação do novo referencial curricular do ensino infantil e fundamental deve ser iniciada em 2020.