Ensino Médio
03.10.2016O novo modelo de Ensino Médio para o Brasil apresentado pelo presidente Michel Temer juntamente com ministro da Educação, Mendonça Filho e o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e secretário de Estado da Educação de SC, Eduardo Deschamps, na quinta-feira, 22, traz entre os destaques a flexibilização com foco no projeto de vida do aluno. O documento foi construído com ampla participação do Consed.
O assunto foi definido como prioritário e estratégico por parte do Consed e as discussões que permeiam esta etapa de ensino iniciaram ainda em 2012. Para aprimorar as discussões, em 2015, foi criado o Grupo de Trabalho (GT) do Ensino Médio com a participação de técnicos de todas as Secretarias de Estado da Educação e profissionais especialistas. A partir das discussões do GT e de experiências nacionais e internacionais que deram certo foram feitas as proposições de um novo modelo de Ensino Médio encaminhadas ao Ministério da Educação (MEC).
De acordo com o presidente do Consed, Deschamps, a nova legislação do Brasil moderniza o Ensino Médio permitindo implementar as melhores soluções que tem dado certo em todo o mundo na educação de jovens dos 15 aos 17 anos. "Discutimos e trabalhamos um modelo que permita o protagonismo juvenil, ou seja, o aluno definir a sua trajetória de estudo. Este formato de ensino busca a formação integral do aluno para a construção de seu projeto de vida e para a sua formação nos aspectos cognitivos e socioemocionais", destaca Deschamps.
Ao flexibilizar o Ensino Médio o estudante terá a possibilidade de escolher qual trilha quer seguir: linguagem, matemática, ciências sociais e humanas, ciências da natureza e formação técnica e profissional. Ao permitir que a educação profissional seja uma destas trilhas, o Brasil cria um forte incentivo aos mais de 80% dos jovens brasileiros, que não seguem direto para a universidade ao fim do Ensino Médio, construirem uma carreira profissional.
O Brasil é um dos únicos países do mundo que ofertam um mesmo modelo de ensino médio a todos os estudantes de 15 a 17 anos. A nova legislação permite criar novos modelos seguindo das trilhas possíveis e de acordo com as aspirações dos estudantes e de cada região do país.
Os modelos seguiram a premissa de 1200 horas para a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e 1200 horas para áreas específicas. Sendo que a BNCC vai estabelecer o que é essencial e obrigatório que todos os alunos do Brasil aprendam ou desenvolvam em sua trajetória escolar. Já as áreas específicas serão definidas a partir de debates entre educadores, estudantes e pais, que terão papel fundamental na definição do novo EM.
O Consed irá realiza, ainda este ano, com o apoio do MEC e Conselho Nacional de Educação (CNE), seminários com jovens para, a partir das suas expectativas, desenhar orientações para as Secretarias de Educação programarem suas oferta de cursos.
"Não temos mais como adiar a reforma do Ensino Médio. Quem sofre com a demora em implantar esta reforma são milhões de jovens brasileiros e também toda a sociedade brasileira, pois o Brasil precisa em todas as áreas, incluindo a social, de cérebros e inteligências sintonizadas com o século XXI e os séculos que virão", finaliza Deschamps.