Educação do Estado alerta para a importância da saúde mental nesta reta final de realização do Enem

Pará

03.11.2021

Previstas para os dias 21 e 28 de novembro, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se aproximam e aumentam a tensão dos estudantes inscritos para participar das avaliações. Em toda a preparação, é importante priorizar os cuidados com a saúde mental, sobretudo na fase final, em que a ansiedade aumenta. No Polo Metropolitano Pré-Enem, que é ligado à Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), os alunos compartilham suas técnicas para relaxar, sem perder o foco nos estudos. 

Professor de Geografia há 25 anos, Nivaldo de Souza Silva afirma que é preciso atentar para o aspecto emocional dos alunos, assim como o dos próprios docentes. “Em sala de aula temos que cumprir uma dupla profissão, um pouco de psicólogo para acalmar os alunos, tranquilizar. Eles precisam descansar um pouco a mente, mas sem perder o foco. Relaxar não significa abandonar o curso ou as aulas. Os anos de estrada na educação nos possibilitam dividir o nosso tempo. Família, profissão, plano de aula, aula em si, material, a gente procura conciliar tudo isso e a experiência nos dá essa garantia”, pontua o professor. 

Beatriz Valente, 18 anos, se prepara desde o início de 2021 para prestar o Enem pela primeira vez. “Estou preparada, me sinto gratificada porque o governo está nos proporcionando. Estou um pouco ansiosa, mas procuro ficar bastante com a minha família, fui ao psicólogo, estou buscando me entreter com documentários, vendo vídeos na internet, pois precisamos ficar em casa. A pessoa precisa se entender, se encontrar, meditar, fazer exercício físico, se alimentar bem e olhar o lado positivo da vida”, acredita.

Já Renan Rodrigues Sozar, 37 anos, gosta de ter contato com o meio ambiente. “Voltei a praticar atividades físicas, caminhada, vou ao (Parque do) Utinga. Procuro geralmente lugares relacionados à mãe natureza, me ajuda muito pois consigo receber a energia e me desestressar. Mexo com plantas. Faço tudo com o intuito de desenvolver a mente”, conta.

As medidas são importantes para essa segunda vez em que se propõe a fazer a prova. “Na primeira vez que fiz o Enem, me inscrevi, mas não estudei. É preciso você se preparar, estudar, mediante esforço e ação e aprovação. Está sendo diferente porque estou tendo apoio aqui do Enem Metropolitano, está sendo maravilhoso pois é presencial. Reconheço o que a tecnologia pode fazer pela educação. No entanto, a aula presencial é muito melhor. Eu não esperava que uma equipe tão boa de profissionais fosse participar de um projeto relacionado ao Governo. Fiquei impressionado. Além das aulas, me dedico mais algumas horas, mas meu corpo está se adaptando”, complementa o estudante Renan Sozar.

Arthur Luciano Gama Cardoso, 18 anos, se prepara pela segunda vez para o exame. “No ano passado estudei em casa. Este ano é a primeira vez fazendo um curso preparatório e a diferença entre ambos é bem grande. O digital você tem que seguir um determinado padrão, horário de estudos e se impor disciplina. Fazer o cursinho me ajuda nesse preparatório de disciplina, pois tenho um horário específico para isso e defino outro para revisar. Estou em equilíbrio, pois agora é algo mais organizado. Em casa temos outras tarefas e ainda o trabalho. É muito estresse. Eu indico tirar uns momentos para si mesmo, seja ouvindo música, lendo um livro, passear, estar com quem gostamos. 

O professor de Química, Fernando Souasan, atua no magistério há 28 anos e também é músico. “Às vezes, nos aulões, levo a música com as fórmulas da Química. Quando encontro com ex-alunos que hoje são médicos, engenheiros, professores, e dizem que não esquecem das músicas... Cientificamente falando, através da neurofisiologia, o processo de gravar o conteúdo melhora. A música também traz relaxamento, a produção de betaendorfina e, então, diminui a tensão”, explica. 

O professor Fernando diz que entre as dificuldades pós-pandemia está a defasagem de conceitos para alguns alunos. “Eles estão ansiosos, mas procuramos mostrar para eles a estratégia da prova. O Enem não é só uma prova de conteúdo, é física e psicológica. O ideal é o aluno fazer as mais simples e depois partir para as mais difíceis, por exemplo”, orienta.