Tocantins
15.09.2025O Colégio Estadual Cívico-Militar Professor José Carneiro de Brito, de Tocantinópolis, desenvolveu o projeto Eco-matemática: quantificar, calcular, reflorescer. É uma ação educacional que traz a interdisciplinaridade, sustentabilidade e o protagonismo estudantil, na busca da recomposição das aprendizagens em Matemática.
As ações tiverem início a partir de um diagnóstico inicial, com planejamento no mês de maio. Ao longo dos meses, até a conclusão do projeto, 11 de setembro, em que se comemora o Dia Nacional do Cerrado, foram realizadas várias etapas. Entre elas, destacam-se estudos dirigidos, oficina matemática de construção e utilização do teodolito artesanal, oficina de produção de mudas nativas do Cerrado, campanhas educativas e reflorestamento.
Emanuelle Angélica Silva Cavalcante, coordenadora e professora do Curso Técnico em Controle Ambiental Integrado ao Ensino Médio, destaca a relevância do trabalho com o meio ambiente. “Por meio da interdisciplinaridade, os estudantes assumem protagonismo estudantil, aplicando os conteúdos em situações reais e transformando conhecimento em ações concretas de preservação do Cerrado. O objetivo é promover a conscientização ambiental e estimular hábitos sustentáveis duradouros que ultrapassem os limites da escola e incorporem ao cotidiano da comunidade”, enfatizou.
De forma voluntária, estudantes e pessoas da comunidade local contribuíram com as ações de cuidados e responsabilidade socioambiental no zelo com as mudas que foram plantadas. Assim, aprendizagem e ações ambientais concretas ocorreram na realização de atividades de reflorestamento de áreas degradadas do Cerrado.
Diagnóstico e planejamento
No diagnóstico, com apoio no resultado do Sistema de Avaliação do Estado do Tocantins (Saeto) 2025 e observações em sala de aula, foi possível identificar fragilidades em descritores fundamentais em Matemática, como razão e proporção, trigonometria e cálculo de áreas. A partir desses dados, os professores elaboraram um planejamento pedagógico voltado para superar as defasagens de aprendizagem, conectando teoria e prática em situações do cotidiano ambiental.
Os docentes estruturaram um cronograma de atividades fundamentado em metodologias ativas, como a resolução de problemas, a aprendizagem baseada em projetos e o trabalho em grupo. Nessa abordagem, os estudantes assumiram papel protagonista, desenvolvendo autonomia, colaboração e capacidade de aplicar os conteúdos em desafios reais.
Ações desenvolvidas
Os estudantes participaram de momentos de estudo e sensibilização sobre a importância da matemática aplicada ao meio ambiente, compreendendo como os cálculos poderiam contribuir de forma prática para ações de reflorestamento. Também a realização de atividades de medição, delimitação e cálculo da área destinada ao plantio, das mudas de espécies nativas do Cerrado, que ocorreu nas áreas previamente demarcadas, em uma ação coletiva que reuniu estudantes, professores, moradores do bairro Beira Rio e instituições parceiras.
João Laércio de Arruda, estudante da 2ª série do Curso Técnico em Controle Ambiental, disse que enxergou a matemática e o meio ambiente de outra forma. “Participar do projeto me fez enxergar a matemática e o meio ambiente de forma diferente. Com a oficina de construção e uso do teodolito artesanal, pude aplicar os conceitos teóricos em situações reais, como delimitar áreas e demarcar os espaçamentos corretos para o plantio. Aprendi que pequenas atitudes podem ter grande impacto e que cada um de nós tem um papel importante na preservação da natureza e no cuidado com nossa comunidade”, afirmou o estudante.
O professor de Matemática, Divino Antonio Cardoso Silva, elogiou a metodologia de trabalho. “Perceber os pontos de atenção dos estudantes em habilidades essenciais nos motivou a adotar metodologias diferenciadas. Por meio de práticas ativas e contextualizadas, como o uso do teodolito artesanal e a resolução de problemas aplicados, conseguimos tornar a matemática mais concreta e significativa, permitindo que os estudantes compreendam os conceitos e recomponham aprendizagens críticas de forma efetiva”, pontuou.
Lúcia Aguiar, moradora do bairro Beira Rio, comentou a valorização que o trabalho proporciona aos moradores do bairro. “Ver os estudantes e parceiros envolvidos nesse reflorestamento no Parque Boa Vista traz muita esperança para nossa comunidade. Além de melhorar o meio ambiente, essa ação também valoriza nosso bairro e nos inspira a cuidar mais da natureza. É bonito ver a juventude assumindo esse papel e mostrando que cada atitude conta para melhorar o amanhã”, ressaltou.
Parcerias
Além do engajamento dos professores e estudantes, a iniciativa contou com o apoio de instituições parceiras, como a Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Povos Originários, que contribuíram para a produção de mudas nativas e oficinas técnicas; e a Câmara Municipal de Vereadores de Tocantinópolis. A atividade marcou um passo importante na recuperação ambiental do Parque Boa Vista e no fortalecimento da responsabilidade ambiental da comunidade.
Edição: Núbia Daiana Mota/Governo do Tocantins
Revisão Textual: Liliane Oliveira/Governo do Tocantins
Abrão de Sousa/Governo do Tocantins