Manuela Korossy, uma voz para o mundo

Distrito Federal

16.04.2021

Ex-aluna da Escola de Música concorreu com mais de 400 candidatos e conquistou bolsa na Julliard School, maior escola de artes do mundo


A egressa da Escola de Música Manuela Korossy: aprendizado, dedicação e potência vocal | Foto: Robson Dantas, Ascom/SEEDF

Quem vê Manuela Korossy, 19 anos, com seus traços delicados e gestos suaves, não imagina que está diante de uma cantora lírica com radiante potência vocal. Toda a impetuosidade e construção técnica da voz são reveladas, quando ela entoa os primeiros acordes das óperas preferidas. “Minha perspectiva profissional é de atuar em ópera. A técnica belo canto engloba vários tipos de performance e exige o máximo da projeção e otimização do som, pois não usamos microfone para cantar”, explica.

Neste semestre, após participar de um processo seletivo dos mais disputados do mundo, a jovem recebeu a notícia de que havia sido aprovada em uma das mais renomadas instituições musicais e de artes performáticas do mundo, a Julliard School, em Nova York, a maior escola de artes do mundo atualmente. “Concorri com mais de 400 candidatos, mas conquistei a vaga e uma bolsa de 90%”, comemora Manuela.

podcast EducaDF desta semana conta a trajetória musical da cantora lírica Manuela Korossy. Egressa da Escola de Música de Brasília (EMB), ela conta sua preparação que resultou na aprovação na Julliard School, a mais prestigiada instituição musical do mundo. Confira o podcast nas plataformas de áudio.

Engana-se quem pensa que o sucesso chegou de uma hora para outra. A música faz parte da vida de Manuela desde a infância. Seu pai, o jornalista Laycer Tomaz, relembra que, ainda criança, a filha já dava sinais que tinha um ouvido apurado e adorava ser ninada com música para dormir. O interesse cresceu e, aos sete anos, ela iniciou os estudos musicais. Aos 11, conseguiu uma vaga para piano erudito na Escola de Música de Brasília (EMB), onde permaneceu até os 17 anos. Aperfeiçoou seus estudos com a professora Vilma Bittencourt, no curso Técnico de Canto Erudito, também na EMB.

Escola de Música de Brasília

A Escola de Música de Brasília tem a maior estrutura pedagógica do Brasil e realiza todos os anos o Curso Internacional de Verão | Foto: Pedro Ventura, Agência Brasília

Aos poucos, Manuela descobriu que queria se dedicar ao canto lírico. A carreira exige dedicação apurada, disciplina e professores altamente capacitados. Até para aprovação na Julliard School foi preciso uma preparação a longo e curto prazos. “A EMB é uma parte muito importante da minha formação. Como cantora, meu corpo é o instrumento e para mantê-lo é preciso construção técnica e maturação da voz”, diz.

Segundo o flautista e diretor da EMB Davson de Souza, que também é ex-aluno da instituição, a jornada de Manuela une-se a de outros talentosos estudantes que passaram pela escola. “Nossos estudantes têm vivência musical o tempo inteiro. Há aulas práticas e de suporte teórico com conteúdo pedagógico musical. Todos os profissionais são aliados pela excelência musical”, afirma.

A EMB tem a maior estrutura pedagógica e é uma das maiores em espaço no Brasil — 41.176m². Mesmo com a pandemia, as aulas não foram interrompidas e os estudantes têm sido atendidos de forma on-line. A partir dos 8 anos de idade, é possível tentar uma vaga na unidade, que as oferece semestralmente. Tradicionalmente, todos os anos, é realizado o Curso Internacional de Verão (Civebra).

Os estudantes revelados na EMB são o resultado da eficiência e dedicação do corpo docente e têm sido o orgulho de várias gerações de professores da instituição. “Há um bom tempo, a EMB vem revelando muitos talentos tanto no campo da música popular, quanto no campo da música erudita. Temos estudantes que passaram pela formação na EMB e hoje despontam no cenário musical como Hamilton de Holanda, Fernando César e Zélia Duncan, além de outros”, afirma Davson.

Campanha do Bem

Apesar de ter conquistado uma bolsa de 90% na Julliard School, Manuela necessita de apoio financeiro para custear os estudos, principalmente, no primeiro ano em Nova York, quando o visto a impede de trabalhar por 12 meses. Para tanto, amigos e admiradores criaram virtualmente a Campanha do Bem – Jornada rumo à Julliard, onde é possível ajudar a cantora.

Por Aldenora Moraes, da Ascom/SEEDF