Professores e técnicos participam de oficinas que estimulam a prática de esportes adaptados

A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) por meio do Núcleo de Esporte e Lazer (NEL) promoveu oficinas de capacitação destinada a professores e técnicos das escolas dos municípios participantes da  XI edição dos Jogos Paralímpicos Escolares Paraenses para destacar a importância do incentivo à prática de esportes por pessoas com deficiência (PcD) no Estado do Pará.  As oficinas ocorrem junto com a competição, que encerra nesta sexta-feira, 29, em Marabá, no sudeste do Estado.

No ginásio Renato Veloso ocorreu uma oficina de goaball, único esporte criado exclusivamente para deficientes visuais, a modalidade esportiva, que foi implantado de forma pioneira no Estado para ser praticado por estudantes da Unidade de Ensino Especializada Álvares de Azevedo, está em expansão para outros municípios paraenses.

A professora de Marabá Dayelle Lima,  que trabalha com 50 estudantes cegos e com baixa visão no município, participou da oficina em busca de conhecimento, mais tecnicamente, o goaball para integrá-lo ao leque dos esportes paralímpicos desenvolvidos pelas equipes de Marabá. "Temos um trabalho com nossos alunos portadores de deficiência visual, e acredito que o goaball, apesar de ser um esporte que tem equipamentos e materiais caros, será muito proveitoso para nossos paratletas", disse.

A oficina de Goaball foi ministrada pela professora Kátia Tadaisky Lima, da Unidade Especializada Álvares de Azevedo. Didaticamente, ela explicou qual a utilidade de cada um dos materiais utilizados, traves, marcadores de solo, uniformes e equipamentos de proteção e as regras de arbitragem. É um esporte que precisa de formação dos profissionais, pois tem regras específicas e utiliza comandos em   inglês, "mas os resultados são os mais proveitosos para os praticantes, inclusive já revelou talentos paraenses para o mundo, como é caso de Josemário da Silva Souza, integrante da equipe brasileira de goaball, que  foi campeã mundial na Suécia", ressaltou.

A oficina envolveu, além dos profissionais de Marabá, professores e técnicos de Abaetetuba, Augusto Corrêa, Barcarena, Belém, Moju, Parauapebas, Santarém, Santa Isabel e Tucuruí.

Ao final da parte teórica, a oficina ensinou como fazer a montagem da quadra e foram realizadas partidas em forma de festival, que envolveu, em forma de troca de experiência, atletas do Álvares de Azevedo, de Belém contra times de Tucuruí, no masculino e feminino.

Goaball

Originário da Alemanha 1946, na Alemanha no goaball cada equipe tem três atletas, que jogam com as mãos. Ganha aquela que marcar o maior número de gols. Para a orientação dos competidores, a bola é equipada com guizos e as linhas da quadra são desenhadas em relevo. Como cegos e pessoas com baixa visão podem competir juntos, todos precisam utilizar vendas nos olhos.

A programação de oficinas, que também trabalhou a importância do futebol de 7 e do basquete em cadeira de rodas, destacou o papel da atividade física adaptada na promoção da qualidade de vida e melhoria do desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência. O Núcleo de Esporte e Lazer - NEL oferta atualmente oito modalidades adaptadas: atletismo, bocha, goalball, futebol de 5, futebol de 7, natação, tênis em cadeira de rodas e tênis de mesa.

Primeiros resultados

As vagas de goaball e tênis de mesa estão definidas.  No goaball venceram as partidas na categoria masculino e feminino os estudantes da Unidade Especializada Álvares de Azevedo, de Belém.  No tênis de mesa venceram a etapa estadual dos paralimpicos os atletas de Belém, Moju e Marabá. Na categoria B (15 a 17 anos) masculino deficiente intelectual Rodrigo Barros da Silva (Marabá); categoria A (12 a 14 anos) masculino cadeirante Lucas do Rosário  dos Santos (Belém-Tuna); categoria masculino B (15 a 17) Vinicius Andrade Leão  (Tuna -Belém); categoria A feminino Marcela Teles da Silva (Tuna –Belem); categoria A masculino deficiente intelectual Fredson Leão Batista (Moju).

Luis dos Santos Rosário (12 anos) garantiu sua vaga para a fase nacional do tênis de mesa em cadeira de rodas, ele é morador de abrigo público em Belém. O menino, que treina na Tuna Luso irá pela primeira vez para São Paulo participar dos Jogos Paralímpicos Estudantis.  "Estive fora de Belém uma vez, em Brasília  para fazer uma cirurgia, mas agora será  diferente, será  para uma festa do esporte com atletas  do Brasil todo", destacou. Nesta sexta-feira, 29 as disputas continuam nas modalidades de atletismo, bocha e natação. 

 A Etapa Estadual é  seletiva para os Jogos Paraolímpicos Nacionais, que ocorrerão entre os dias 19 e 24 de novembro de 2018, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, que receberá pela terceira vez consecutiva jovens de 12 a 17 anos para o maior evento escolar de esporte adaptado do mundo, que recebe atletas em em dez modalidades esportivas. 

Texto: Kátia Aguiar (Ascom/Seduc)

Foto: Fernando Nobre (Ascom/Seduc)