Alagoas
19.06.2024Os Jogos Estudantis de Alagoas (Jeal) começam nesta segunda-feira (17) e, durante os meses de junho e julho, atletas e seus técnicos viverão dias de muita emoção. Os jogos também são um cenário para quebrar tabus e, este ano, cinco mulheres estão à frente das equipes de futebol de salão, modalidade mais disputada, mas que ainda é vista como predominantemente masculina, principalmente quando se trata dos comandantes das equipes.
Uma destas técnicas é Evelise Braga, treinadora das equipes masculina e feminina de futsal da Escola Estadual Moreira e Silva. Símbolo de resistência, ela mostra que lugar de mulher é também treinando equipes para competições esportivas.
Participando do Jeal pelo segundo ano consecutivo, a técnica dessa vez resolveu apostar também nas meninas da Escola Estadual Moreira e Silva. O resultado surpreendeu a todos. Já na etapa estadual, a equipe feminina juvenil ficou em primeiro lugar na modalidade Futsal, da 13ª Gerência Especial de Educação (GEE).“Formar equipes femininas é um pouco difícil, porque elas não são tão incentivadas a competir. No entanto, esse ano as meninas do Moreira resolveram entrar nessa e já estrearam ficando em primeiro lugar. Estou confiante de irmos para a final”, explica ela.
No entanto, a técnica não treina apenas a equipe feminina, preparar a masculina também tem feito parte da sua rotina. Sobre essa, ela aponta algumas dificuldades. “É uma grande satisfação treinar as duas equipes. Geralmente, as mulheres só são vistas treinando equipes femininas, então quando se comanda também as masculinas, há um certo estigma. É por isso que, no caso das masculinas, precisamos ter pulso firme para ter domínio do grupo”, revela ela. Na etapa regional, a equipe masculina ficou em segundo lugar.
Encorajamento feminino
A participação de Evelise no Jeal 2024 encoraja outras mulheres a estarem no comando de modalidades ou a também competirem como atletas. “Estar no Jeal como técnica acaba abrindo portas para que outras mulheres também ocupem esse espaço e se sintam pertencentes a esse lugar. Nossa presença no esporte ainda é mínima, mas lutamos para que isso seja superado”, diz a técnica.
Lauane Barbosa, por exemplo, é uma das estudantes encorajadas por Evelise. Goleira da equipe feminina de futsal da Escola Estadual Moreira e Silva, ela explica que desde criança gostava de esportes, mas nunca teve a oportunidade de desenvolver suas habilidades. “Quando criança, eu já sentia vontade de competir, mas só vim ter essa oportunidade quando cheguei aqui ao Moreira e tem sido uma ótima experiência. Amo jogar e competir”, destaca a estudante.
A goleira finaliza deixando uma mensagem de apoio para que as estudantes vençam os estereótipos e julgamentos “Não podemos ter medo de ocupar as quadras, temos que pensar que também somos competentes para vencer no Jeal. No Moreira, depois que eu comecei, tive muito apoio e incentivo da turma. O segredo é só começar”, aconselha.
Cecília Calado e Ana Paula Lins / Ascom Seduc Fotos: Alexandre Teixeira / ASCOM Seduc