investimento
05.04.2021Há um ano a Rede Estadual de Ensino se preparava para migrar as tradicionais aulas nas escolas para o ambiente remoto em virtude da pandemia. Em apenas duas semanas de atividades paralisadas, surgiu o Aula Paraná e a maioria dos estudantes foi à frente de televisões, computadores e celulares, em uma mudança brusca, que exigiu muito de professores e estudantes. Aos poucos, contudo, a adaptação aconteceu e o próprio ensino à distância evoluiu, com a inclusão de novos formatos de aula, como via Google Meet, principal ferramenta atualmente.
Além do esforço de todos os profissionais da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR) para seguir com o processo de aprendizagem, foram necessários muitos investimentos. Somente em 2020, foram quase R$ 10 milhões para ter toda a estrutura necessária, como produção e edição das aulas gravadas, transmissão em três canais na TV aberta, aplicativo para smartphone e parceria com as quatro maiores operadoras de telefonia para acesso gratuito do app via 3G e 4G. Para esse ano, até o momento, a Seed-PR tem contratos vigentes de cerca de R$ 3 milhões para a manutenção desse sistema multiplataforma.
"A gente está em pandemia, as escolas infelizmente estão fechadas, mas o Paraná é pioneiro na educação remota. Semana passada demos 150 mil aulas ao vivo todos os dias [via Meet]. Todos os dias os alunos têm aulas nas quais podem enxergar os professores, os profesores exergam os alunos e eles se enxergam em suas turmas. As aulas acontecem no Paraná", ressalta o secretário Renato Feder, lembrando que parte das inovações vão permanecer no pós-pandemia.
Ensino básico à parte, a Seed-PR também investe em cursos online extracurriculares e de formação tanto para estudantes quanto para professores. Os maiores exemplos são os programas Edutech e Formadores em Ação, ambos iniciados no segundo semestre do ano passado.
O Edutech, com cursos gratuitos de programação, ciência de dados e desenvolvimento de animação e games, teve um projeto piloto sem custos ao Estado com 10 mil alunos e mil professores em 2020. Para esse ano, as vagas foram expandidas – já são 65 mil estudantes inscritos – e o investimento é de até R$ 4,1 milhões (valor máximo do contrato, que pode ser menor dependendo do número de alunos participantes).
Já no Formadores em Ação, uma formação continuada voltada aos educadores com orientações sobre a prática docente e recursos tecnológicos, o investimento foi de R$ 1,1 milhão em 2020 no pagamento de bolsas para os professores que orientaram grupos de 12 a 20 colegas de sua respectiva disciplina. Para todo o ano de 2021, o orçamento prevê até R$ 8,1 milhões ao programa, que até o momento já dobrou o número de cursistas.
Para esse ano estão ainda previstas a contratação de aplicativos para ensino da Língua Inglesa e de Matemática gamificada.
Feitos em casa — Além de investimentos para contratação de serviços, a Seed-PR também criou programas e ferramentas tecnológicas próprias que complementam ou dão suporte para o ensino remoto, como o Redação Paraná e o RCO 2.0 (Registro de Classe Online).
"São dois bons exemplos construídos dentro de casa, pela nossa própria equipe, ou seja, sem custo para direito de uso ou aquisição", comenta o diretor de Tecnologia e Inovação, Gustavo Garbosa.
A plataforma de registro de frequência e de notas dos estudantes, que neste ano ganhou o Módulo de Planejamento, com planos de aula específicos para suas disciplinas e séries para as quais leciona, com sugestões pedagógicas e encaminhamentos metodológicos, foi aprovada por mais de 97% dos docentes, segundo pesquisa interna.
Já o Redação Paraná, que usa inteligência artificial para auxiliar alunos e professores da rede estadual na correção de redações, passou por fase piloto de implantação com 255 mil alunos ano passado e agora já está disponível para toda a Rede Estadual de Ensino.