Paraná
08.10.2024Nesta terça-feira (08), a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR), publicou edital que prorroga o prazo de inscrições para o Selo ERER Enedina Alves Marques foi prorrogado até o dia 18 de outubro. A iniciativa, inédita na educação do Estado, visa reconhecer e disseminar práticas de gestão escolar e pedagógicas voltadas à promoção da equidade racial e à valorização da diversidade étnico-racial nas escolas da rede estadual. Válido por dois anos, ele certifica o compromisso das instituições com a disseminação de boas práticas de inclusão e propõe a manutenção nas rotinas escolares.
As instituições interessadas em concorrer ao Selo ERER Enedina Alves Marques têm, portanto, até o dia 18 de outubro para submeter suas ações e documentos conforme os eixos descritos no edital, garantindo que as práticas de inclusão e combate ao racismo estejam devidamente incorporadas ao currículo escolar.
Os eixos incluem a incorporação da educação para as relações étnico-raciais no currículo e projeto político-pedagógico (eixo 1), a criatividade e eficácia dos recursos utilizados (eixo 2), e a gestão do espaço físico para promover essa educação (eixo 3). Após a inscrição e envio dos documentos, as ações serão avaliadas pela Seed-PR, e as escolas que alcançarem no mínimo 600 pontos receberão a certificação. As três instituições com maior pontuação de cada Núcleo Regional de Educação (NRE) também serão certificadas em cerimônia oficial a ser agendada.
O secretário estadual da Educação, Roni Miranda, afirma que o selo ERER Enedina Alves Marques vem ao encontro das múltiplas ações de inclusão e combate ao racismo já implementadas nas escolas estaduais, reconhecendo, mapeando, divulgando e disseminando práticas escolares (de gestão e pedagógicas) que contemplem tais ações e reconhecendo as instituições de maior destaque.
“Escolas que deixam de abordar adequadamente as questões raciais tendem a enfrentar problemas, que em casos mais graves, podem resultar até mesmo no abandono escolar por parte dos alunos que sofrem com a discriminação racial”, afirma o secretário. “Por meio do selo, a Seed-PR busca fortalecer a equidade racial nas escolas, incentivando e promovendo cada vez mais ações que valorizem a identidade dos estudantes negros e indígenas”, finaliza.
SOBRE O SELO - ERER significa 'educação para as relações étnico-raciais' e o selo homenageia a primeira mulher a se formar e engenharia civil do Paraná e primeira engenheira negra do Brasil. Enedina Alves Marque nasceu em Curitiba, em 1913.
ENEDINA ALVES MARQUES – Enedina Alves Marques formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1945, tornando-se a primeira mulher desta área no Estado e primeira engenheira negra do Brasil. Filha de uma trabalhadora doméstica, Enedina foi criada na casa do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho, tendo recebido educação em escolas particulares e públicas, destacando-se academicamente, desde a infância.
Ela trabalhou como auxiliar na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas e Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica. Contribuiu de forma significativa para o Plano Hidrelétrico do Paraná, destacando-se no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu, com a Usina Capivari-Cachoeira, considerada sua maior realização. Outras obras importantes que levam o nome da engenheira incluem o Colégio Estadual do Paraná e a Casa do Estudante Universitário de Curitiba (CEU).
Foi nomeada com nome de rua no Bairro Cajuru, em Curitiba. No ano 2000, foi eternizada no Memorial à Mulher, em Curitiba, ao lado de outras 53 mulheres pioneiras do Brasil. Em 2006, foi fundado o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques, em Maringá.