III Conferência Estadual Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente (CEIJMA) é realizada em Itamaracá

Pernambuco

08.05.2018

A Ilha de Itamaracá, litoral norte de Pernambuco, recebeu, nesta terça-feira (08), a abertura da III Conferência Estadual Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente (CEIJMA), promovida pela Secretaria de Educação do Estado (SEE). O evento, que consiste na etapa estadual da V Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), do Ministério da Educação (MEC), reúne 57 projetos de escolas públicas e privadas do ensino fundamental de todo o Estado no Hotel Orange Praia Hotel. Na quarta-feira (09), último dia da III CEIJMA, serão divulgados os estudantes delegados e projeto que farão parte da delegação do Estado na etapa nacional da conferência do MEC, em Brasília, de 15 a 19 de junho.

Participaram da mesa de abertura a assessora pedagógica da SEE, Regina Celi, a gestora da Gerência de Educação Inclusiva e Direitos Humanos (GEIDH) da SEE, Vera Braga, representantes do Ministério da Educação (MEC), Coletivo Jovem, Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Secretaria da Criança e da Juventude de Pernambuco, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco e autoridades de Itamaracá.  Além de palestras para professores e estudantes, a conferência conta com a apresentação dos projetos que trabalharam o tema “Cuidar de Pernambuco cuidando das águas” desta terceira edição.

“Nesta etapa, os próprios estudantes delegados (representantes de cada projeto) vão escolher 19 deles para representar o Estado em Brasília, mas somente um projeto será apresentado. E é algo muito difícil, porque o nível dos 57 trabalhos está muito elevado. São pesquisas que podem ser consideradas um diagnóstico da situação da água em todo o Pernambuco, porque são alunos de todas as regiões participando”, revelou a consultora do MEC, Dayse Cordeiro.

Na conferência nacional, a delegação de Pernambuco vai socializar, junto às delegações das demais as unidades federativas do Brasil, as experiências e pesquisas realizadas durante todas as etapas da CNIJMA. “No último momento, vão ser estabelecidos indicativos voltados para as políticas do meio ambiente, para que a questão da água circule na educação básica de todo o Brasil. Estamos muito orgulhosos de todos os projetos e, principalmente, por conseguir colocar o estudante como protagonista da sua pesquisa e das decisões desta conferência”, declarou Vera Braga.

O estudante indígena da etnia Truká, João Vitor da Silva, da Escola Indígena João Alberto Maciel, de Cabrobó, no Sertão, é delegado do projeto “Bioágua”, que consiste no reaproveitamento das águas utilizadas na escola. As águas das pias e bebedouros vão diretamente para uma caixa de gordura, depois passam para um minhocário e, em seguida, serão reutilizadas para a irrigação da horta e para o centro de plantas medicinais da unidade de ensino.

“O Bioágua está em sua fase final e nos orgulhamos muito por poder cuidar da natureza com tão poucos recursos. A felicidade é enorme em poder participar de um evento tão grande como este e poder mostrar um estudo do nosso povo para o restante do Estado. A torcida, agora, é para que apresentemos a nossa pesquisa para todos os outros estados brasileiros em junho”, torcia o estudante. 

O projeto de Victor Hugo Castro, estudante delegado da Escola Nossa Senhora de Fátima, de Ouricuri, também no Sertão, é sobre a limpeza que a planta Moringa é capaz de fazer na água. Segundo ele, a semente da planta pode ser triturada e utilizada como purificadora. Basta colocar em um recipiente a água barrenta encontrada em rios secos da região e acrescentar o farelo. Depois de alguns minutos, todas as impurezas da água vão para o fundo do recipiente, tornando possível o consumo da parte superior. “Eu acredito que é uma experiência que pode ajudar muito a população sertaneja. Trazer essa alternativa e ouvir outras ideias de como preservar a água é fantástico. Eu só desejo que Pernambuco seja bem representado”, desejou o delegado.