II Roda de Conversas do programa Escolas Jovem em Ação no Tocantins ocorre nesta segunda-feira, 28

Tocantins

28.09.2020

Com o tema ‘Nós, protagonistas!’, a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) continua interagindo com os jovens estudantes. Dessa vez, foi realizada, na manhã desta segunda-feira, 28, a II Roda de Conversa das Escolas Jovem em Ação 2020, on-line, pelo Youtube.

O debate ocorreu com estudantes discutindo o papel deles como protagonistas de suas histórias e a construção dos seus projetos de vida. O distanciamento social, em função da pandemia do Covid-19, traz então possibilidades para novas formas de interação com a participação na condição de debatedores dessas escolas Jovem em Ação.

Ana Flávia Acerbi, apresentadora; Elvio Marques, palestrante, Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes do Tocantins (Seduc); Lelma Nunes Silva Barbosa, Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais (Libras/Português TILSP).

Elvio Marques apontou as características do público conhecido como nativos digitais, pessoas cujo desenvolvimento biológico e social se deu em contato direto com a tecnologia. Um nativo digital é aquele que nasceu e cresceu com as tecnologias digitais presentes em sua vivência, há uma grande diferença entre esse público e os imigrantes digitais que tiveram que se adaptar às novas tecnologias.

Para Elvio Marques, as redes sociais têm o propósito de abrirem interações entre as pessoas e empoderá-las. “As mídias devem ser utilizadas como instrumentos para empoderar os seres humanos no sentido de relacionamentos e interações, visto que não há como utilizar uma mídia por uma única pessoa, mas sim para a abertura de um leque de relações. Cada relação se realiza para uma finalidade ou muitas finalidades. Exemplos como informar, defender causas, discutir são temas abordados. Tudo pode ser discutido, porém com muita responsabilidade para evitar problemas. Como o tema aqui em questão é o protagonismo juvenil escolar, é possível que as escolas mostrem as ações desenvolvidas sobre diversas temáticas, com a presença dos jovens com seus lugares de fala. Um exemplo prático e presente a ser citado é o Setembro Amarelo, em que diversas escolas produziram conteúdos e deram visibilidade sobre preservação e combate ao suicídio”, pontuou.

Daniel Araújo, do Instituto Sonho Grande, egresso do Centro de Ensino de Tempo Integral Dorilene Silva Castro, de São Luís do Maranhão, comentou sobre sua trajetória e conquistas como protagonista. “Quando iniciei meus estudos na escola em tempo integral, escrevi o meu sonho, em uma ação chamada ‘cápsula do tempo’. No final, quando abri a cápsula, meu sonho era bem simples, como terminar a leitura de um livro. Isso já demonstra que devemos que ter um planejamento para saber onde queremos chegar”, comentou.

Outro ponto que fez o diferencial na vida do Daniel Araújo foi o comportamento de um professor de biologia. “Na metade do meu 3º ano do ensino médio, eu não sabia ainda o que eu iria cursar na graduação. Mas senti que queria ser professor de biologia, igual ao meu professor dessa disciplina. Fiz o Enem, consegui uma boa nota, fui classificado para o curso de Biologia na Universidade Federal do maranhão, mas não me matriculei, porque não tinha o título de eleitor. Por uma falta de planejamento, de responsabilidade minha, por ter deixado para trás uma coisa bem simples que é tirar o título de eleitor. Depois fiz o Enem mais duas vezes, passei para Engenharia Civil, não cursei novamente. Então ingressei no sonhado curso de Biologia, porque quero é ser professor mesmo. A lição que tenho é que o importante é ser o protagonista da própria vida. As coisas são difíceis, mas é possível alcançar muitos espaços. Acreditamos em todos os estudantes do Brasil, somos o presente e o futuro desse País”, destacou.

Adriana Aguiar, secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, destaca a importância do protagonismo juvenil para o desenvolvimento dos estudantes e da sociedade como um todo. “Estou muito contente com a iniciativa da nossa equipe em proporcionar essa II Roda de Conversa. Estão colocando em prática o que a escola propõe. Mesmo em meio a uma crise mundial de pandemia, estão aqui propondo ideias e colocando em prática o protagonismo de cada um. Tenho orgulho em ter as escolas Jovem em Ação, contribuindo para uma gestão do Estado que acredita na força da juventude. O desenvolvimento da educação deve andar junto com o desenvolvimento social. Vocês são jovens protagonistas e podem contribuir com suas experiências para o desenvolvimento das pessoas em todos os espaços sociais”, pontuou.

Eva Silvestre, de Conceição do Araguaia, é estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, Estudou no CEM Castelo Branco, em Colinas. Ela salienta, “participei das primeiras turmas do projeto Escola Jovem em Ação. Chegar onde a gente quer não é impossível nem utopia. O que é novo causa medo, tem coisas que a gente pensa que não consegue, mas basta acreditar. A escola me ajudou bastante, conheci o projeto de vida, comecei a planejar. Uma educação de qualidade pode ser conseguida, basta buscarmos, pois isso é um processo. É possível, mesmo estudando em escola pública, ingressar na universidade federal. As próximas gerações podem ter uma realidade melhor que a nossa”, destacou.

Pedro Henrique Pereira de Oliveira, estudante do 3º ano do ensino médio, na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, de Barrolândia no Tocantins, conta sua trajetória como jovem protagonista. “Quando entrei no primeiro ano, fiquei meio isolado, mas consegui me envolver e desenvolver meu protagonismo. O modelo Escola Jovem em Ação foi implantado quando eu estava no 2º ano. Primeiro estranhei, por passar muito tempo na escola, mas depois percebi que era muito bom. O acolhimento foi fundamental para eu querer me tornar um jovem protagonista. Eu sempre colaborei muito no que se referia à utilização da tecnologia. E continuo auxiliando os professores por meio de redes sociais. O protagonismo muda a vida da gente para melhor”, pontuou.

Tiffanny Araújo Cirqueira, estudante de Psicologia e professora auxiliar, mora em Gurupi. Ela fala de sua evolução como estudante e profissional. “Senti-me abraçada no momento do acolhimento da Escola Jovem em Ação. Recebi conselho de professor para que eu me interessasse mais pelos estudos, é muito importante a forma como o professor lida com o estudante. Os jovens que tinham algum problema como depressão e ansiedade tornaram-se protagonistas. Percebi isso nas turmas de estudantes. Outro fator importante no protagonismo é perceber que quem é líder desenvolve esse papel em qualquer âmbito social”.

Tiffanny continua elogiando seu percurso estudantil. “Nossa formatura foi algo mágico. Durante meus estudos no ensino médio, tive muitas transformações nos âmbitos pessoal, social e familiar. Comecei a prestar vestibular ainda estudando o ensino médio. Em certos momentos, a gente se sente perdida. Tudo para mim foi bem surpreendente. Uma grande surpresa foi ser contratada para trabalhar como professora auxiliar na escola onde estudei. Dessa forma consegui ingressar e continuar meus estudos na universidade e ainda trabalhar com as pessoas que ajudaram a me formar. É importante acreditar no próximo e gerar mudanças”, comentou