Mato Grosso do Sul
23.04.2025Os estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Rui Barbosa, sem Cassilândia, em celebração ao Dia do Índio, com espírito de reconhecimento e diálogo, vivenciaram uma experiência pedagógica marcante e transformadora ao longo do 1º bimestre de 2025.
Celebrado em todo o Brasil, o 19 de abril é uma data dedicada à valorização das culturas, histórias e lutas dos povos indígenas. Mais do que uma comemoração, o dia propõe uma reflexão profunda sobre o respeito aos saberes ancestrais, a diversidade étnica do país e os desafios enfrentados por essas populações até hoje.
Os educandos mergulharam no estudo das relações entre os povos indígenas e os colonizadores no Brasil, refletindo também sobre os desdobramentos dessa trajetória na atualidade. O resultado? Uma história em quadrinhos criada a partir de fotografias encenadas pelos próprios estudantes e transformadas em ilustrações com o auxílio de Inteligência Artificial.
A proposta fez parte do componente curricular Ciências Humanas e Sociedade, e foi conduzida pelo professor Me. Paulo Rosa, que buscou integrar diferentes formas de expressão e aprendizagem ao conteúdo previsto no Referencial Curricular de Mato Grosso do Sul. Ao longo do projeto, foram realizadas rodas de conversa, aulas expositivas, exibição de documentário, pesquisas investigativas, produção de cartazes informativos, atividades artísticas e, por fim, a criação colaborativa da HQ.
“A ideia era fazer com que os estudantes não apenas aprendessem sobre os povos originários, mas se reconhecessem como parte dessa história. O trabalho com as HQs foi uma forma de conectar o passado com a linguagem visual do presente, criando um elo emocional e intelectual com o tema”, explica o professor Paulo.
Vozes da Terra
A HQ (História em Quadrinhos), intitulada “Vozes da Terra”, representa de forma sensível e crítica a chegada dos colonizadores, os impactos sofridos pelas comunidades indígenas, a luta atual pela demarcação de terras e a preservação das culturas ancestrais. Cada quadro da história foi cuidadosamente roteirizado pelos alunos, baseado em suas pesquisas e discussões em sala de aula.
Para tornar tudo ainda mais realista e envolvente, os estudantes participaram de simulações fotográficas. Com apoio do professor, as imagens foram capturadas, editadas e depois transformadas em arte no estilo anime por meio da inteligência artificial do ChatGPT, recurso que permitiu criar cenas expressivas e cheias de identidade cultural.
“Foi muito legal ver nossa própria imagem virando desenho! A gente se viu como parte da história do Brasil, e não só como aluno lendo o livro”, contou um dos educandos participantes.
Para o professor Paulo Henrique Rosa Melo, a atividade foi mais do que uma forma de ensinar conteúdos curriculares, foi uma oportunidade de formar sujeitos conscientes, empáticos e conectados com a história do seu país e do seu estado.
“Ver a curiosidade dos estudantes se transformar em envolvimento ativo e criativo foi emocionante. Trabalhar a relação dos povos indígenas com os colonizadores, e entender como isso ainda ecoa nos dias de hoje, permite que os alunos desenvolvam não só o senso crítico, mas também o respeito à diversidade e à memória coletiva. Essa é a verdadeira missão da escola: criar experiências que eduquem para a vida”, enfatiza Paulo Rosa.
O projeto reflete como o uso pedagógico de tecnologias, quando mediado com intencionalidade e afeto, pode promover um ensino significativo, participativo e transformador — exatamente como aprendemos com os povos indígenas: com sabedoria, ancestralidade e resistência.
Quer conhecer a HQ?
A história em quadrinhos “Vozes da Terra”, produzida pelos estudantes do 7º ano da Escola Estadual Rui Barbosa, está disponível para leitura e download gratuito. Mergulhe nas páginas dessa criação coletiva e conheça, por meio da arte e da educação, as vozes que ecoam do passado e ressoam no presente.
Links de Acesso:
https://drive.google.com/file/d/18sznOqnr_zgkN6W2nyKc_O1YwXnzy_2_/view?usp=sharing
https://drive.google.com/file/d/1gJ5TrKExFEn3q7o3tOho-seGhLsiouMg/view?usp=sharing
Adersino Junior, SED
Fotos: Arquivo escolar.