Governo de Mato Grosso investe em obras e ações para fortalecer a educação indígena

Mato Grosso

20.04.2022

O Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT), promove junto às comunidades indígenas ações e políticas que visam a inclusão e o fortalecimento das diferentes culturas que integram o Estado.

Entre as ações do Governo que visam a melhoria do processo de aprendizagem da educação indígena está o investimento de R$ 9,5 milhões para a construção da Escola Padrão Indígena, um projeto inovador que foi concebido a partir de uma consulta a todas às escolas indígenas, resultando numa proposta sustentável e de muita qualidade.

São três convênios firmados para montar as novas escolas, seguindo este padrão modular, em forma hexagonal. Um deles é para a etnia Enawenê Nawê, do município de Juína, que receberá a primeira escola. Outros dois convênios estão sendo celebrados, atendendo a escola Kisedje, em Querência, e a escola indígena Dom Felippo Rinaldi, em Barra do Garças.

Com o uso de estruturas termoacústica e blocos já preparados, a construção torna-se mais rápida e limpa, além de melhor adaptável, contemplando a sede da escola, assim como as salas anexas. Todo o projeto respeita a história e a realidade local.

Atualmente, a rede estadual de ensino conta atualmente com 70 escolas indígenas, com atendimento a 11.950 estudantes.

Reurso Descentralizado

O Programa de Recurso Descentralizado é destinado à reforma e manutenção da infraestrutura escolar e foi iniciado no ano passado, quando atendeu a cinco escolas indígenas, o que representou a disponibilização de R$ 389.188,49 em recursos financeiros. As Escolas Estaduais Indígenas Tapi Itawa, em Confresa; Piebaga, em Santo Antônio de Leverger; Krixi Barampo, em Juara; Jula Pare, em Barra do Bugres e, Adão Toptiro, em Barra do Garças foram contempladas.

A diretora da Escola Estadual Indígena Jula Pare, Eliane Boroponepa, da aldeia Umutina, destacou a impostância do recurso. “A gente conseguiu esse recurso o que possibilitou fazer a reforma. Desde a inauguração, em 2003, nunca tínhamos feito uma reforma nesse nível, nesse patamar”, frisou a diretora.

A escola recebeu pintura nova, calçamento e reinstalação elétrica. Já através do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) Predial, a unidade pôde realizar reparos nos banheiros.

O PDE Predial disponibiliza recursos a todas as escolas, através de duas parcelas que são depositadas durante o ano. Em dezembro, escolas indígenas localizadas em vinte e sete municípios receberam esses recursos e estão aplicando agora. Os valores são destinados à manutenção e conservação das unidades e, ainda, para a implantação da conectividade nas escolas, interligando a comunidade ao mundo. Somente o último montante liberado ultrapassou R$ 1,4 milhão.

Horta Pedagógica

Outra iniciativa da Seduc dentro das comunidades é a execução da Horta Pedagógica e seis cidades já estão usufruindo da ação. Legumes como cenoura e beterraba, assim como folhas de rúcula, alface e couve servem tanto à merenda escolar, quanto as comunidades que as cultivam.

Mais MT Muxirum

O programa Mais MT Muxirum, destinado a pessoas não alfabetizadas, também já chegou às aldeias. Atualmente, 1.174 indígenas de diferentes etnias estão sendo beneficiados em Barra do Garças, Brasnorte, Campinápolis, Canarana, Nova Nazaré e Paranatinga. Isso representa mais autonomia, segurança e qualidade de vida, principalmente para os indígenas idosos.

Todas são políticas pensadas para que a valorização de cada povo e sua cultura, sejam respeitadas dentro de suas especificidades e histórias.

Dia 19 de abril

Para a comunidade indígena, o dia 19 de abril deve ser marcado por reflexões e debates que desmistifiquem o indígena e passem a vê-los como atores sociais, plenos de cultura própria e por isso mesmo, devem ser valorizados em suas especificidades.

“O respeito às tradições e particularidades de cada etnia é uma premissa de cada ação desenvolvida pela Seduc”, explica Lucia Santos, superintendente de Diversidades, que é ligada à Secretaria Adjunta de Gestão Educacional da Seduc.

Ela reforça que 120 professores indígenas serão formados pela Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), campus de Barra do Bugres. “Essa formação tem como foco a valorização da identidade e da cultura de cada etnia. Os professores se formam e retornam as suas aldeias mais preparados e com recursos que fortalecem o processo de aprendizagem, bem como suas culturas”. A superintendente ressalta ainda que será ofertada a formação continuada em sete terras indígenas, contemplando todos os profissionais das escolas.

Saberes Indígenas

Há que se ressaltar que no projeto político pedagógico das escolas indígenas, existe uma quinta área de conhecimento: Saberes Indígenas, na qual a matriz curricular conta com a língua materna da comunidade. Isso contribui sobremaneira para preservar a cultura, inclusive, privilegiando a oralidade, meio muito utilizado pelos povos indígenas para manter suas raízes. Além disto, a publicação de livros didáticos e paradidáticos na língua materna contribuem com o fortalecimento da cultura.