Governo de Goiás
02.09.2021Teve início nesta segunda-feira (30/9) a avaliação de fluência leitora de todos os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública (estadual e municipal), organizada pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) em parceria com os municípios goianos.
Até o dia 10 de setembro, 70 mil estudantes serão avaliados com a ajuda de um aplicativo desenvolvido pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF).
O objetivo da avaliação de leitura é fornecer um diagnóstico da alfabetização das crianças e nortear as ações do programa AlfaMais, criado pelo Governo de Goiás em agosto de 2021 para ser implantado nas escolas no início de 2022.
Na Escola Municipal de Tempo Integral Benedito Soares de Castro, em Goiânia, a estudante Liz Amorim foi avaliada nesta terça-feira (31/9). Presencialmente na escola e acompanhada pela professora Elizete Elizabeth, Liz teve que ler um conjunto de palavras e um texto narrativo. No final, ela respondeu três perguntas de interpretação sobre o texto. Toda a avaliação foi gravada pelo aplicativo de fluência leitora, que armazena as informações e os resultados.
Questionada sobre seu nível de leitura e escrita, Liz Amorim, de 8 anos de idade, respondeu que sabe escrever seu nome e ler algumas palavras, mas nem todas. “Escrever meu nome eu estou conseguindo, agora, algumas coisas… Ler também algumas coisas”, afirmou a estudante do 2º ano.
Avaliação Diagnóstica
Segundo a gerente de Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais da Seduc, Carla Mendonça, a avaliação de leitura vai fornecer um diagnóstico para que as escolas já comecem a desenvolver ações de alfabetização e se prepararem para o programa AlfaMais. Além disso, será possível mapear os impactos da suspensão das aulas presenciais e da pandemia de Covid-19 na aprendizagem das crianças.
“Essa avaliação vai trazer para os municípios um diagnóstico de como essas crianças estão, como elas voltaram das aulas não presenciais, para que assim toda a equipe pedagógica do município já comece a desenvolver ações, para quando o programa AlfaMais chegar, o professor já saber onde trabalhar de forma pontual a aprendizagem das crianças”, explicou Carla Mendonça.
Idade e série corretas para alfabetização
A alfabetização da criança deve ser concluída, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Política Nacional da Alfabetização (PNA), até o 2º ano do Ensino Fundamental, quando o aluno tem entre 7 e 8 anos de idade.
De acordo com a gerente da Seduc, a pandemia de Covid-19 e a suspensão das aulas presenciais impactaram o processo de ensino-aprendizagem. Por isso, para ela, a avaliação se faz ainda mais necessária neste momento.
Da mesma forma, o diretor-executivo da Associação Bem Comum e ex-prefeito de Sobral, Veveu Arruda, fala sobre a importância das ações em prol da alfabetização. “Se já devíamos fazer esse trabalho antes, agora devemos mais ainda”, afirmou ele a respeito da implantação do programa AlfaMais após a pandemia.
Programa AlfaMais
O programa em Regime de Colaboração pela Criança Alfabetizada, o AlfaMais Goiás, foi criado pelo Estado no dia 9 de agosto, mediante sanção da Lei nº 21.071. Desenvolvido pela Seduc, o programa é voltado para professores e estudantes da Educação Infantil e 1º, 2º e 5º anos do Ensino Fundamental, com o objetivo de reduzir os índices de alfabetização incompleta e letramento insuficiente entre as crianças matriculadas nas redes públicas de ensino.
“A alfabetização incompleta é aquela em que a criança começa o processo, e por um motivo ou outro não consegue completar o ciclo, no 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. O letramento insuficiente é quando a criança lê uma frase ou um texto e quando você pergunta para ela, logo em seguida, o que ela leu, ela não sabe explicar”, esclareceu a gerente de Educação Infantil e Ensino Fundamental – Anos Iniciais da Seduc.
Colaboração entre Estado e município para alfabetização
Para assegurar a alfabetização completa nos anos iniciais da Educação Básica, Estado e municípios trabalharão juntos nas ações. Ao Governo de Goiás caberá a disponibilização de recursos técnicos e financeiros para a execução do programa. Prefeituras serão responsáveis pela adesão e pela implementação das iniciativas.
Além de materiais didáticos para professores e estudantes e do acompanhamento pedagógico às unidades de ensino participantes, o Estado disponibilizará o pagamento de bolsas para profissionais que farão parte das equipes estadual, regional e municipal do programa. Cada bolsista receberá remuneração entre R$ 600 e R$ 2 mil, de acordo com a categoria e com a função que ocupa.