Gerenciamento sustentável de resíduos orgânicos é tema de aula de campo

Aula de Campo

05.07.2016

Estudantes das Escolas Estaduais Hernandy Baracat, de Várzea Grande, e Castro Alves, unidade do campo localizada no Assentamento Caetés, no município de Diamantino, visitaram o Espaço Vitória - Sustentabilidade e Inclusão Ecossocial, na capital mato-grossense. Com o objetivo de conhecer o local que trabalha com a compostagem orgânica e visualizar na prática o resultado da produção orgânica, a atividade foi realizada como parte da programação da Semana do Meio Ambiente, em junho.

No espaço, os cerca de 80 alunos ouviram relatos da equipe sobre a importância da atividade orgânica e conscientização sobre a utilização de resíduos orgânicos. Em seguida, conheceram o local da compostagem produzida com resíduos que algumas empresas parceiras do projeto disponibilizam e os canteiros onde são aplicados os materiais - ricos em húmus e nutrientes minerais produzidos por meio da técnica.

Da EE Hernandy Baracat participaram da visita 25 estudantes, do 2º e 3º anos, acompanhados pelos professores de biologia, Noelma Cristina Freitas, de língua portuguesa, João Fernando Santos, e de artes, Luanna de Oliveira e Silva, os coordenadores do projeto da horta, Maria Deuzane Silva e Antônio Amorim, entre outros servidores da escola.

Já da EE Castro Alves participaram cerca de 50 alunos das turmas do 4º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. “A equipe transmitiu os conhecimentos necessários para a continuidade das atividades desenvolvidas na escola com relação à compostagem”, comentou a coordenadora pedagógica da unidade, Myrtilla Doico Araujo, destacando que a aula serviu ainda para ressaltar a importância da preservação.

Projetos

A professora Selma de Souza Nunes, da EE Hernandy Baracat, diz que a aula de campo fez parte das ações de dois projetos desenvolvidos na unidade escolar, dos quais ela é coordenadora: ‘Meio ambiente: conhecer para preservar’, que aborda a importância da preservação, e implantação da horta orgânica na escola.

No primeiro, os estudantes estão fazendo um diagnóstico participativo da qualidade ambiental da microbacia urbana, na qual estão inseridas a escola e as moradias da maioria dos alunos. “Durante a pesquisa observamos muito lixo no entorno do córrego e a visita ao Espaço Vitória nos levou a pensar o quanto o nosso comportamento influencia na qualidade ambiental e o que podemos fazer em nosso dia a dia”, afirma Selma. Segundo ela, são atitudes que além de contribuir com o meio ambiente e sua biodiversidade, têm reflexo na qualidade de vida da comunidade.

Selma Nunes destacou também que a visita ao Espaço Vitória serviu para ampliar ainda mais o conhecimento do grupo sobre como fazer uma horta aproveitando os resíduos orgânicos produzidos nas casas e na escola. “Os alunos puderam ver quanto essa atitude contribui para o meio ambiente, além da qualidade vida já que se trata de alimento sem agrotóxicos”, relatou.

Fora da sala de aula

Na opinião da professora, aulas de campo em espaços não formais de ensino contribuem para incentivar comportamentos ecologicamente responsáveis nos estudantes. “São oportunidades que levam não só os alunos, mas também os professores, a refletirem sobre as nossas atitudes. Possibilita ainda trazer os resultados da pesquisa ambiental para os processos educativos”, garantiu a educadora, destacando que os estudantes passam a ser agentes multiplicadores na redução dos impactos ambientais e no exercício da cidadania.

Ela disse que é notória a mudança no comportamento dos alunos no dia a dia. “Estamos desenvolvendo um projeto que envolve várias aulas de campo, no meio ambiente em que eles estão inseridos, e quando nos reunimos eles falam das atitudes das pessoas em volta deles, principalmente de seus familiares. Então, observamos que o que eles estão aprendendo, estão levando para casa e para seus colegas dentro e fora da escola”, enfatizou Selma.

Durante a visita ao Espaço Vitória, eles puderam conferir vídeos e palestra com exemplos simples e fáceis de seguir. Alternativas que podem resultar no reaproveitamento de materiais, reduzindo ao máximo a quantidade de lixo no meio ambiente.

A estudante Viviane Koikam, que cursa o 3º ano do Ensino Médio, afirmou que a cada experiência nova, os estudantes se conscientizam ainda mais. “Exemplo de que coisas que consideramos lixo e nem sempre são, como as casas de frutas, legumes, folhas e resto de alimentos. Tudo isso pode ser transformado em uma fonte muito rica de nutrientes, para o solo e também para as plantas. Todo esse material é perfeito para a produção de adubo orgânico, e com esse adubo podemos criar uma horta orgânica no quintal de casa”, frisou.

Ana Gloria, do 2º ano do Ensino Médio, avaliou que esses momentos despertam no aluno o senso crítico para a reflexão sobre a manutenção das áreas verdes, preservação da fauna e flora como patrimônio natural, além da importância que os recursos naturais exercem sobre os recursos hídricos. Ou seja, despertar a importância de se preservar e saber utilizar as áreas de mananciais, principalmente nos ambientes urbanos, para a preservação da água para o consumo. “Sei que nosso projeto ambiental tem limitações. Mas vejo que muitas pessoas se importam e ficam felizes saber que ainda existem pessoas que se importam com o nosso futuro. Isso me deixa mais motivada”, argumentou.

Referência

O Espaço Vitória -  Sustentabilidade e Inclusão Ecossocial é referência no gerenciamento sustentável de resíduos orgânicos baseados na permacultura, conceito diretamente ligado à sustentabilidade. O local possui algumas experiências de ecotécnicas, como o reaproveitamento de água da chuva, construção de composteira doméstica e horta. Além disso, é um espaço multifuncional que abriga um Ponto de Cultura com diversas atividades e programas de atendimento a moradores da comunidade.

Visitas são agendadas conforme a organização da escola, pelos telefones (65) 3641-5382 ou (65) 8459-3901. ​

Viviane Saggin
Assessoria Seduc-MT