Tocantins
26.10.2024Neste sábado, 26, o Colégio Militar Jardenir Jorge Frederico, em Araguaína, recebeu o 1º Festival Surdolímpico, um evento que visa promover a inclusão de pessoas surdas no universo esportivo. Promovido pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), o festival é uma extensão do sucesso da primeira edição realizada em Palmas em 2023, e trouxe uma nova oportunidade para os estudantes surdos da região.
Com a participação de cerca de 94 estudantes, o festival ofereceu uma manhã repleta de experiências esportivas, permitindo que os participantes conhecessem e se envolvessem com modalidades como tênis de mesa, badminton, voleibol,judô e natação.
Professores de Educação Física foram responsáveis por demonstrar os fundamentos e as regras dos esportes, enquanto tradutores de língua de sinais garantiram que todos pudessem compreender as instruções, promovendo uma verdadeira inclusão.
Representando o secretário Fábio Vaz, o Superintendente Regional de Educação de Araguaína, Luís Boenergio destacou a importância do evento. “Criar oportunidades como esta é essencial para valorizar e reconhecer o potencial dos estudantes surdos. O festival vem para agregar mais valor ainda nesse trabalho que é fantástico, que é o trabalho da inclusão. Nós, enquanto Secretaria de Estado de Educação, estamos aqui empenhados com esta realização para que não pare por aqui", afirmou.
Clay Rios, professor e técnico do Desporto, afirmou sobre a relevância do evento para a comunidade dos surdos. "É uma oportunidade onde todos possam se sentir parte de algo maior, principalmente, a acessibilidade e inclusão dos estudantes surdos na área esportiva, vivenciando modalidades esportivas diversas através da educação", frisou.
O coordenador e professor Bruno Gonçalves Carneiro, do Curso de Letras Libras da Universidade Federal do Tocantins, campus de Porto Nacional, comentou sobre a importância do festival. "Eventos como este são ferramentas que promovem o contato surdo-surdo. É a partir desse contato que os conhecimentos são ensinados, línguas de sinais são adquiridas, aspectos culturais são compartilhados, e para que haja a inclusão de fato da pessoa surda, a língua tem que estar presente, pontuou.
“São momentos como este que os estudantes se sentem iguais nas suas diferenças, podendo ter acesso a informação e jogos na língua de sinais”, ressaltou Cleysson Wender, presidente da Associação de Surdos de Araguaína.
Os estudantes mostraram-se entusiasmados com a experiência. Lara Sophia Marques Miranda, 12 anos, da Escola de Tempo Integral Sancha Ferreira, expressou sua alegria. “Estou muito feliz de estar aqui. É uma grande oportunidade participar, conhecer e praticar esportes", considerou.
Mariah Souza Silva, 8 anos, veio de Colinas pela escola Cantinho da Alegria e relatou sua experiência. "Eu estou muito feliz em estar aqui participando com as pessoas desse momento de interação, brincando de vôlei, de tênis de mesa e ainda tem natação para refrescar no final", declarou.
Os pais também celebraram a iniciativa. Wérica Souza Silva, mãe de Mariah, destacou que a ação proporciona a socialização. “Esse momento faz com que eles se sintam vistos, eles encontram amigos surdos, pessoas surdas, conversaram sobre tudo, tornando um momento de socialização, em que conseguem se divertir e conhecer novas pessoas", acrescentou.
Maria Elizângela Miranda, mãe de 3 filhos surdos participantes do festival comentou: “ver meus filhos tão felizes e ativos em um evento como este é maravilhoso. Isso mostra que o esporte é para todos porque eles se sentem pertencentes", disse.
Para o professor de Libras, Bruno Aires, do Colégio Militar Jardenir Jorge Frederico, considerou a vivência dos estudantes um momento significativo. "Eles estão aqui contemplando maravilhados porque estão interagindo a partir da sua língua, da sua cultura, das suas identidades e acompanhando todas essas modalidades que estão sendo ofertadas. É admirável ver as famílias acompanhando os estudantes em defesa de um ambiente mais bilíngue", finalizou.
Acadêmicos do Centro Universitário Planalto (Uniplan) de Araguaína também estiveram presentes oferecendo serviços de saúde. Os estudantes de Fisioterapia e Enfermagem, acompanhados por professores, realizaram massagens, aferições de pressão e testes glicêmicos, ampliando o suporte aos participantes.
Anne Deise/Governo do Tocantins