A produção científica potiguar ganhou espaço de destaque nesta terça-feira (9) durante a realização da Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Norte (FECITERN 2025), promovida no Campus de Natal da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Estudantes do sistema estadual de educação apresentaram 88 projetos selecionados a partir de etapas escolares, municipais e regionais, representando 83 escolas, sendo 84 projetos são da rede estadual  e 34 municípios.

Resultado de um projeto de extensão aprovado pelo CNPq e pela FAPERN, a FECITERN é realizada pela Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC) e pela UERN em parceria com a UFERSA. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a cultura científica na educação básica e estimular a realização de feiras de ciências nas escolas, consolidando o vínculo entre universidade e rede de ensino.

Para a secretária de Educação do RN, a FECITERN reforça o compromisso do estado em valorizar práticas pedagógicas voltadas para ciência, tecnologia e inovação. “A feira mostra que nossos estudantes são protagonistas de pesquisas que dialogam com os desafios reais do território. A participação deles em um evento organizado pela universidade comprova a potência da rede pública e o quanto a educação científica transforma trajetórias”, afirmou a professora Socorro Batista.

O diretor-presidente da Fapern, Gilton Sampaio, ressaltou a relevância da FECITERN. Para ele, iniciativas como a feira são essenciais, especialmente em um contexto em que a relevância da pesquisa e da ciência ainda é colocada em dúvida. “Eventos como este reafirmam que a ciência transforma realidades e é decisiva para o desenvolvimento da sociedade”, afirmou.

A edição deste ano mobilizou 232 estudantes e 99 docentes orientadores e coorientadores, com participação das 1ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 11ª, 12ª, 13ª, 14ª, 15ª e 16ª Diretorias Regionais de Educação. Escolas municipais, privadas e federais também marcaram presença, ampliando o caráter colaborativo da feira. Ao fim do evento, foram anunciados os projetos vencedores no ensino fundamental e médio, além dos destaques por área do conhecimento e por temáticas específicas.

A abertura da FECITERN contou com a apresentação da Fanfarra da Escola Estadual Alceu Amoroso Lima. A escola, localizada em Natal, passa atualmente por uma obra de requalificação que inclui revestimento de alvenaria, reforma elétrica para climatização, substituição do reservatório elevado e adequações de acessibilidade. O investimento total é de R$ 845.197,10, reforçando o compromisso com melhores condições de ensino.

O professor Marcelo Lemos de Nascimento, da Escola Estadual Desembargador Licurgo Nunes, em Marcelino Vieira, foi um dos destaques da programação. Reconhecido por iniciativas inovadoras na área de Matemática e responsável por um laboratório que integra conteúdos de robótica, programação e física, ele ressalta a importância de espaços como a FECITERN para divulgar a ciência produzida nas escolas. “Feiras desse porte revelam o potencial das instituições do estado e valorizam projetos que tornam a matemática concreta, próxima da realidade dos estudantes. Participar de um evento organizado pela UERN é motivo de satisfação e reconhecimento”, destacou.

Entre os projetos apresentados, chamou atenção o trabalho da estudante Laura Alexandrina, do curso Técnico em Agroecologia do IERN Campo Grande. Ela desenvolveu uma pesquisa sobre a produção de biocápsulas naturais feitas a partir da aloe vera para melhorar a umidade e a retenção de água no solo do semiárido, além de investigar a produção de hidrogênio natural e seus efeitos na fertilidade do solo e na germinação de sementes. Para a jovem, estar na FECITERN é um marco para o novo instituto. “É um reconhecimento para a nossa escola, é um orgulho poder representar o nome do nosso IERN em um evento tão importante”, afirmou.