Distrito Federal
28.05.2020150 pessoas se revezam na produção de máscaras de proteção, além de uma nova produção geram renda para família
Os 150 alunos de confecção e costura da Fábrica Social, ligada à Secretaria de Educação, tornaram-se empreendedores com fabricação e venda de máscaras. Os cursos oferecidos na escola profissionalizante são vetores de transformação de vida, fonte de renda e capacitação. Mesmo em meio a pandemia da Covid-19, alta demanda de equipamentos de proteção facial aquece, toda cadeia da indústria têxtil, desde as costureiras até as fábricas de tecidos.
Os estudantes do curso de corte e costura, Fernanda Lopes e Ismael da Rocha, são referências, exemplos de como a profissionalização pode mudar a realidade e aumentar a renda familiar. Ambos estão confeccionando máscaras no contra-turno da Fábrica. Com obrigatoriedade do uso da proteção, a produção criou novas oportunidades no meio da crise.
Fernanda Lopes é mãe de quatro filhas e chefe da família, já que o marido ficou desempregado com a pandemia. “Antes eu não tinha profissão e nem perspectiva de vida”, afirmou a estudante de corte e costura. Contudo, a realidade da Fernanda se transformou. Com um investimento de R$ 1.700,00 – parte veio do Auxílio Emergencial e o restante com o dinheiro da produção de máscaras na escola que paga R$ 0,50 por peça. “ Preferi comprar para produzir e conseguir sustentar minha família. A costura está mudando a minha vida e vai mudar ainda mais, é possível ”, afirmou Fernanda.
Ismael da Rocha, ex-entregador de bebida, contou que costura em média 40 máscaras depois do trabalho na Fábrica. “Eu não tenho máquina, pego emprestada com outras colegas e vou costurando. Todo o dinheiro eu ganho é para comprar mais tecido, fazer mercado e comprar minha máquina”, relata Ismael. Acrescentou ainda que não tem palavras para agradecer o quanto essa escola mudou a vida dele.
Segundo a gerente de Instrutoria, Suzete Cunha, o maior desafio da Fábrica Social é capacitar todos os alunos. “A dificuldade no dia a dia de cada um é uma grande barreira devido às situações de vulnerabilidade socioeconômicas”, completou ela. A escola abre possibilidades para a transformação dos cidadãos em situação de vulnerabilidade e preza pela excelência do ensino.
O gerente de Empreendimentos Econômicos, Eudes Santos diz que encaminha as pessoas para o mercado de trabalho, porém nem todos são absorvidos. “Nós orientamos, oferecemos palestras com parceiros de empresas e órgãos do governo. O curso de capacitação é bem completo. Capacitamos e prestamos a consultaria.” O papel principal é incentivar o empreendedorismo.
A Fábrica Social, programa da Subsecretaria de Integração de Ações Sociais, que faz parte da estrutura da Secretaria de Educação desde janeiro de 2020, é uma escola profissionalizante voltada para profissionais em confecção e costura, marcenaria, construção civil, jardinagem e placas fotovoltaicas. Os alunos devem atender requisitos estabelecidos, como pertencerem ao cadastro único. Os alunos matriculados, têm em média, uma renda familiar de R$ 178 por pessoa e o governo subsidia com uma bolsa auxílio de alimentação de transporte.
Rosi Araújo | Edição: Isabel de Agostini, da Agência Brasília