No mês de outubro, período em que é realizado o movimento internacional de mobilização contra o câncer de mama e colo de útero, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) reforça a importância da prevenção por meio do autoexame, mamografia e demais cuidados. 

De acordo com dados isolados no estado, levantados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama na população feminina é o tipo mais frequente (excluindo câncer de pele não melanoma). São estimados 3.650 novos casos a cada ano no Paraná. Já o câncer do colo do útero é o quarto tipo de câncer mais frequente. São estimados 790 casos novos casos ao ano.  

Para salientar a importância do diagnóstico precoce (que pode garantir até 95% de chances de cura), A seed-PR celebra a vitória de pedagogas, professoras, servidoras e colaboradoras da rede que venceram a batalha contra o câncer de mama e, hoje, servem de inspiração para alunos e colegas.

Um exemplo é o de Ruth do Carmo, 54, professora no CEEBJA Francisco Benedetti – localizado no município de Joaquim Távora, na região Nordeste do Estado, cuja trajetória na educação começou ainda nos bancos da escola: coincidentemente no próprio CEEBJA onde, hoje, leciona. Decidida a seguir carreira na docência, Ruth iniciou graduação em Biologia. No entanto, durante o segundo ano da faculdade, se viu diante de um desafio inesperado: um diagnóstico de câncer de mama.

Em 2014, por meio do autoexame das mamas, a educadora percebeu um nódulo. Após duas mamografias sem diagnóstico, um ultrassom comprovou a neoplasia. Imediatamente, Ruth deu início à  jornada de oito anos de tratamento.

Mesmo entre sessões de quimioterapia e radioterapia – enfrentando os tratamentos agressivos e as incertezas da doença – Ruth seguiu estudando e frequentando a faculdade durante o período desafiador. “Eu estava em tratamento, mas não parei de ir às aulas. Não foi fácil, mas em 2016 consegui concluir a faculdade, mesmo com essas adversidades”, relata. 

O caminho foi árduo, com momentos de dor e sofrimento, mas a esperança nunca a abandonou. Curada há um ano, Ruth atua como professora desde 2020 e, como forma de conscientizar a comunidade escolar, compartilha sua história. “Eu sempre busco conscientizar minhas alunas de todas as idades sobre a importância do autoexame, da prevenção e da busca pelo diagnóstico. Tudo isso com muita esperança, mostrando os desafios que enfrentei e superei”, afirma.

Ação especial - Em homenagem a outras mulheres que enfrentaram a doença, o saguão de entrada da Secretaria de Estado da Educação do Paraná transformou-se, durante todo o mês de outubro, em verdadeiro espaço de exposições. Retratando de forma inspiradora a vitória contra o câncer de mama, nove fotografias dispostas na recepção chamaram a atenção de quem passou, durante o mês, pela entrada da secretaria. 

Coloridas e alegres, as imagens evidenciam o triunfo de nove mulheres sobre a doença a partir de suas cicatrizes. 

De autoria da fotógrafa Ana Paula Martynyszyn, 42, as imagens fazem parte de um apanhado de coleções fotográficas realizadas em parceira com o Instituto Mulheres que Inspiram (entidade sem fins lucrativos que apoia mulheres diagnosticadas com câncer), onde atua de forma voluntária. O projeto teve início em 2020 e até hoje, mais de 50 mulheres foram fotografadas. 

“O objetivo do projeto fotográfico é mostrar que existe vida após o câncer de mama e que é possível passar pelo processo preservando a autoestima e a alegria de viver. Quando falamos de câncer, automaticamente pensamos na morte. Essas fotografias vêm para transmitir exatamente o contrário: o câncer de mama pode ser encarado como forma de mudar a vida das pessoas e fortalecê-las para seguir em frente”, declara.

Sobre o Outubro Rosa – A ação surgiu em 1997, nos Estados Unidos e foi instituída no Paraná por meio da lei nº 16.935/2011. O objetivo da campanha é conscientizar as pessoas em relação à prevenção do câncer de mama pelo diagnóstico precoce e tratamento imediato, evitando mortes pela doença.

Exames – A mamografia deve ser realizada a cada dois anos em mulheres de 50 a 69 anos. Fora da faixa etária e periodicidade, o exame é recomendado somente para mulheres com sinais ou sintomas de câncer de mama, como nódulo, retração do mamilo e outros; ou com histórico familiar em parente de primeiro grau, como mãe, irmã ou filha.

Em relação ao câncer de colo de útero, a recomendação é que o exame seja realizado em mulheres entre 25 a 64 anos. Os dois primeiros exames com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, os próximos podem ser realizados a cada três anos.