Sergipe
10.10.2025A criatividade e o talento dos estudantes da Rede Pública Estadual de Ensino voltaram a ocupar a Galeria J. Inácio, um dos espaços culturais mais importantes de Sergipe. A Secretaria de Estado da Educação (Seed), em parceria com a Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e a Secretaria Especial de Cultura (Secult), realizou, nesta quinta-feira, 9 de outubro, a abertura da 8ª edição da Exposição AVIE! Artes Visuais na Escola 2025, na galeria, anexa à Biblioteca Pública Estadual Epiphanio Dória, em Aracaju.
Nesta edição, 48 obras foram selecionadas entre quase 400 inscritas, evidenciando a diversidade criativa dos estudantes da rede. As produções incluem pinturas, desenhos, esculturas, gravuras, colagens, ilustrações digitais e fotografias, que representam o olhar sensível e plural dos jovens sobre o mundo, o cotidiano e a identidade sergipana. A premiação dos estudantes se dá através de menções honrosas e os que ficaram em até 3° lugar poderão estar se inscrevendo na portaria do Prêmio Educação Nota 10.
A mostra segue aberta ao público até o dia 31 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30, com entrada gratuita. A exposição dá início ao Festival da Sergipanidade, que contará com uma série de atividades artísticas, educativas e culturais em diferentes espaços, com o objetivo de valorizar a diversidade e os talentos sergipanos.
Para a técnica do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional (Dase), Lunna Santos, a AVIE! é uma ação fundamental para valorizar e conectar os jovens artistas da Rede Pública Estadual de Ensino com o universo cultural sergipano. “A AVIE! cria pontes entre a escola e os espaços culturais. Ele permite que nossos jovens vivenciem a arte de forma plena, compreendendo seu papel social e simbólico na construção da identidade sergipana”, concluiu.
Durante o evento, o assessor especial da Funcap, Pascoal Maynard, ressaltou a importância do projeto como uma vitrine para o futuro das artes visuais do estado.
“Apoiar essa ação que dá visibilidade aos jovens artistas e fortalece a relação entre educação e cultura é muito importante. Esse é um belo programa, que une arte e educação pública, fundamentais para formar cidadãos sensíveis, críticos e conscientes do valor da cultura”, afirmou.
O projeto busca não apenas incentivar a produção artística dos estudantes da rede estadual, mas também descobrir novos talentos nas artes visuais sergipanas e formar um público apreciador de arte. Desde 2016, o ‘AVIE!’ já reuniu mais de 320 trabalhos expostos ao público na Galeria de Arte J. Inácio.
Entre os participantes desta edição, o estudante Daniel Santos Cruz, do Centro de Excelência Felisberllo Freire, em Itaporanga d’Ajuda, conquistou o 1º lugar na categoria de artes plásticas com a obra “O Cortador de Cana”. Inspirado na realidade dos brasileiros que precisam trabalhar precocemente por falta de acesso à educação, Daniel contou que a premiação o surpreendeu. “Quando inscrevi minha obra, não imaginei que ela seria premiada. Estou participando pela primeira vez, e esse reconhecimento me inspira a continuar criando”, disse.
Já a estudante Emilly Kamilly Guimarães, do Centro de Excelência Dom José Vicente Távora, foi premiada pela obra 'Cattivello Interiore', inspirada na canção italiana Coraline da banda Maneskin. “A obra expressa que nem tudo o que enxergamos reflete o que realmente somos. Muitas vezes, as pessoas vivem presas dentro de si mesmas, sem liberdade para se expressar e viver como desejam”, explicou.
Outra premiada foi Lilian Barreto, que apresentou a obra 'Porque a Bala Perdida Sempre Acha a Pele Negra', inspirada nas atividades do Selo Escola Antirracista Professora Maria Beatriz Nascimento. “É o terceiro ano que participo, e sempre fui premiada com minhas obras. Isso me motiva a criar novos conceitos e expressar o que penso e sinto por meio da arte”, contou.
Para a coordenadora da Galeria J. Inácio, Jane Junqueira, o ‘AVIE!’ reafirma o compromisso da Seed e da Funcap com a formação cultural dos jovens. “Essa é uma exposição que vai além da mostra de obras, é um espaço de pertencimento, onde os estudantes se reconhecem como artistas e entendem o poder transformador da arte. A cada edição percebemos que esses estudantes amadurecem bastante na criação das obras, e isso é muito legal”, destacou.