Estudantes sergipanos protagonizam e compartilham práticas inovadoras executadas nas unidades de ensino

Sergipe

17.12.2019

O protagonismo juvenil estimulado nas escolas da rede estadual ao longo de 2019, proporcionou aos estudantes descobrir talentos, habilidades e possibilitar outras perspectivas dentro do ambiente escolar. Desse modo, os estudantes das unidades de ensino circunscritas na Diretoria Regional de Educação (DRE2), apresentaram na manhã desta terça-feira, 17, no auditório do Instituto Federal de Sergipe (IFS), as práticas inovadoras desenvolvidas e executadas pelos discentes com o olhar voltado para o empreendedorismo social e o protagonismo. 

Em 4 de setembro, durante o I Encontro Regional da Juventude, que também ocorreu em Lagarto, os estudantes foram desafiados a desenvolver projetos que ajudassem na boa condução das atividades rotineiras das escolas. Os jovens buscaram observar as mudanças que pudessem proporcionar melhorias para estudantes, professores e demais membros da comunidade escolar. 

O desperdício de comida, a preservação do patrimônio público e a revitalização de horta foram alguns dos destaques das práticas inovadoras compartilhadas pelos estudantes. De acordo com a diretora da DRE2, Daniela Silva, esse momento representa a culminância das práticas que envolvem empreendedorismo social executado na escola, de modo a gerar impacto tanto na unidade quanto na comunidade onde ela está inserida. “Eles tiveram dois meses e meio para desenvolver e sistematizar as ações. Através de um link de inscrição, 17 equipes montaram os projetos e hoje estão aqui para socializar essas práticas com os demais”, concluiu. 

Tamires Ribeiro, diretora do Colégio Estadual Sílvio Romero, localizado em Lagarto, acompanhou o processo de construção das práticas e destaca o quanto a iniciativa impulsiona a valorização da autoestima. “A gente tem uma geração que sofre muito com problemas de depressão, ansiedade e baixa autoestima. Quando a escola proporciona esse tipo de ação faz com que esse aluno se descubra”, disse, enfatizando que os alunos começaram a perceber que possuíam a coragem para explorar um talento por detrás da timidez e do medo. 

Foi o que Luiz Fernando se propôs a fazer quando observou a emergência de trabalhar a conscientização entre os colegas sobre o desperdício de comida durante o lanche na escola. Segundo o garoto que estuda o 9º ano no Colégio Estadual Dom Mário Rino Sivieri, em Lagarto, é inadmissível que pessoas e animais não tenham o que comer quando milhares de outras pessoas ao redor do mundo, e também muito próximo, passam fome. Assim, com a equipe formada ele buscou orientar a comunidade escolar contra o desperdício, ação que modificou o comportamento dos colegas, e foi aprovada pelas merendeiras que confirmam o resultado. 

Por meio da criação de uma conta no instagram, com o endereço @projeto_desperdício_escolar, Luiz Fernando e equipe pretendem divulgar a iniciativa e estimular outros estudantes ou gestores para que repliquem nas escolas da Rede Pública de Sergipe, uma ação semelhante. “A gente fez uma pesquisa e descobrimos que na África as pessoas comem 800 calorias por dia, o equivalente a uma banana”. 

Com a mesma indignação mediante as injustiças que ocorrem na sociedade, a estudante do 3º ano do Colégio Estadual Sílvio Romero, encontrou na arte uma saída para despertar a consciência dos amigos sobre a questão racial no Brasil. Entoando uma música de Bia Ferreira chamada “Cota não é esmola”, a jovem recitou versos que alertam a população e o poder público sobre as políticas públicas direcionadas para essa importante parcela da população brasileira.