Estudantes de Toledo são finalistas do prêmio Respostas para o Amanhã

Paraná

12.11.2021

Uma equipe de quatro estudantes de Toledo, no oeste do estado, é finalista da 8ª edição do Prêmio Respostas para o Amanhã (Solve for Tomorrow), premiação que estimula professores e estudantes do Ensino Médio de escolas públicas de todo o País a identificar problemas reais e desenvolver soluções baseadas em ciência e tecnologia.

Alisson Rodrigo Klauck, Gabrieli Monique Campos, Laís Furlanetto Bilert e Maria Eduarda Belotto, do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, concorrem com mais nove equipes dos estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina com projetos inovadores de soluções para as áreas da saúde, sustentabilidade e segurança pública. 

Ao todo serão três vencedores pelo júri popular e outros três vencedores nacionais, que serão definidos por avaliação da comissão julgadora. A votação popular está aberta a partir desta sexta-feira (12) e vai até 17 de novembro pelo site respostasparaoamanha.com.br. A cerimônia de anúncio dos vencedores da 8ª edição vai acontecer no dia 18 de novembro.

O projeto paranaense finalista é “Extratos vegetais e biofilme orgânico: uma alternativa sustentável”, desenvolvido para produção saudável e conservação de alimentos. Na prática, a iniciativa é a união de dois projetos do Clube de Ciências da escola: a produção de biofilme para fazer com que os frutos tenham maior tempo de prateleira e a utilização de extratos vegetais como controle alternativo de pragas e fungos.

“Eles decidiram unir o projeto do biofilme, que é a preservação dos frutos no pós-colheita, e tentaram minimizar o impacto desses fungos no pré-colheita. Então, o processo começa lá na horta, onde começa a trabalhar um produto orgânico, uma produção saudável, e faz aplicação do biofilme para que esse fruto dure mais tempo sem uso de agroquímico. Não poluir nem antes e nem depois da colheita, produzindo frutos saudáveis”, resume a professora e orientadora do projeto, Dionéia Schauren.

Já testados em laboratório, os extratos foram aplicados em quatro diferentes testes de campo, na horta do clube: na pré-colheita de berinjela, pré-colheita de morango e teste alelopático com diversos tipos de sementes de pimenta e com a tiririca (planta daninha).

Os extratos foram preparados à base de folhas de Hovenia dulcis (Uva-do-Japão), que foram desidratadas e trituradas até virarem um pó fino, misturado com um litro de água e deixado em um lugar sem incidência de luz por uma semana. “Os extratos foram aplicados na berinjela e no morango para controlar a antracnose, uma doença causada por um fungo que causa manchas escurecidas e podridão nos frutos. Já a alelopatia é quando uma planta libera substâncias que podem inibir seu crescimento e desenvolvimento”, explica Alisson.

Para produzir o biofilme foram feitas dezenas de testes com diversos tipos de amidos, algas e extratos, com o objetivo de aumentar o tempo de durabilidade e evitar o desperdício dos frutos. “Os testes se mostraram um sucesso. O biofilme com extrato pau amargo e farinha de tapioca conseguiu conservar os vegetais em até 62 dias, contra 19 sem aplicação”, diz Gabrieli, que já compartilha os resultados do projeto em casa com a avó, que também cultiva uma horta.

É possível conhecer mais sobre o projeto no perfil @bioproductions.pr no Instagram ou no vídeo feito para a final o prêmio.

Longo prazo e trabalho duro — O projeto finalista do Respostas para o Amanhã já vem conquistando reconhecimento há alguns anos. Em 2021, por exemplo, foram mais de 10 premiações, incluindo o primeiro lugar do Ensino Médio da Fetec-SP (Feira de Tecnologia, Engenharia e Ciências de SP) e também na categoria Ciências Biológicas - Ensino Médio, da Africa Science Buskers Festival.

“As três meninas estão comigo no laboratório desde o 6º ano, já participaram de outros projetos, já desenvolveram outros projetos. O Alisson entrou aqui na escola no 8º ano e começou no laboratório no 9º. É uma equipe que não mede esforços para fazer as coisas. Se precisarem vir no sábado, eles vêm. Se precisarem vir no domingo, fazer medição, ligar ou desligar algum equipamento, eles vêm fora de horário. Se dedicam, leem muito, pesquisam muito, são perfeccionistas no que eles querem fazer”, conta Schauren.

Gabrieli ressalta o trabalho coletivo. “Todo mundo faz tudo, limpa horta, prepara os extratos, coleta folhas, cuida da desidratação no forno, aplica o biofilme em centenas de frutos. É uma família, o dia todo junto”, resume a estudante sobre os colegas de projeto e demais alunos do Clube de Ciências.

Edições passadas — A rede estadual do Paraná tem bom histórico no prêmio. No ano passado, por exemplo, o projeto “Reflorestamento utilizando minifoguetes: Pitanga e Ipês” de três alunas do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, de Palotina, foi à fase final (única das 10 na região Sul) e recebeu uma menção honrosa da organização.

Respostas para o Amanhã — Iniciativa da Samsung, o prêmio tem coordenação do Cenpec Educação (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e parceria da Unesco no Brasil, Reduca (Rede Latino-Americana pela Educação) e OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos), além do apoio do Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação).

Por chegar a final, cada estudante e a professora já ganharam um notebook da marca. Se forem vencedores em alguma das categorias (júri popular ou comissão julgadora), ganham mais produtos da empresa e troféu.