Estudantes da Rede são aprovadas em universidades internacionais

Internacional

26.04.2021

Além de ter um curso superior em sua formação acadêmica, muitos estudantes almejam que esta graduação seja realizada em terras estrangeiras. Aproveitar a universidade enquanto está conhecendo outra cultura, abrindo diversas janelas de oportunidades, é o sonho de grande parte dos jovens. Uma pesquisa realizada em 2018 mostrou que mais de 50 mil brasileiros saíram do país para cursar uma graduação naquele ano, crescendo 40% em relação a 2017. 

Este era um sonho “adormecido” de Luíse Caroline, estudante de 18 anos, que foi aprovada em 7 universidades do Canadá, além de ingressar no curso de Administração na UFRPE por meio da nota adquirida no Enem. A jovem concluiu Administração na Escola Técnica Estadual (ETE)  Advogado José David Gil Rodrigues, localizada em Jardim Jordão, no município de Jaboatão dos Guararapes.

Luíse estudou em escola privada durante todo o ensino fundamental e entrou na ETE em 2017. Mas o que ela não esperava é que ali iniciava-se uma nova fase de sua jornada. “Só consegui me encontrar de verdade na ETE. Percebi o mundo real, pude conviver com pessoas e histórias muito diferentes da minha, envolver-me em projetos, desenvolver ideias ao mesmo tempo em que crescia como ser humano e fazia amigos para a vida inteira. Não pude fazer o PGM e isso me deixou muito abatida. Mas, em compensação, me deu força para realizar um sonho que eu achava estar adormecido”, explicou.

Durante a pandemia ela começou a pesquisar o que precisaria fazer para estudar fora do país, enquanto estudava para o Enem. “Tive a ajuda indispensável dos meus professores, que sempre me ajudaram desde o primeiro ano. Depois de meses de preparação, pesquisas, provas e entrevistas on-line, eu consegui ser admitida em 7 universidades no exterior”, contou a estudante, que dividia o dia entre aulas da escola, revisões de material para o Enem e preparo para provas internacionais.

“Na noite anterior à divulgação do resultado do Enem, recebi um e-mail da University of British Columbia, a 2º melhor faculdade do Canadá, que sempre foi minha faculdade dos sonhos, avisando que eu tinha sido admitida depois de um extenso processo seletivo. No dia seguinte, recebi notícia que tinha passado em 1º lugar de escola pública em Administração na UFRPE, que também era a universidade dos meus sonhos“, relembra Luíse, que optou pela universidade nacional devido ao alto custo de vida fora do país.

Programas de intercâmbio, como o Programa Ganhe o Mundo (PGM), oferecido pelo Governo de Pernambuco através da Secretaria de Educação e Esportes, têm despertado nos jovens o interesse em estudar fora do país. Foi assim com Milena Ribeiro, que concluiu o curso técnico de Logística na Escola Técnica Estadual (ETE) José Alencar Gomes da Silva, no Janga, no município de Paulista, e foi aprovada em 4 universidades dos Estados Unidos, além de ser admitida na UEPB, no curso de Relações Internacionais.

“O PGM era um sonho pra mim, já que eu não sabia se conseguiria tornar a experiência de estudar no exterior real por conta própria. Ele serviu como uma escada, me ajudou a criar uma rede de apoio fora do país, fazer novas amizades e entender melhor o processo de entrada nas universidades estrangeiras”.

Sobre a preparação para as provas estrangeiras e Enem, Milena explicou que precisou fazer escolhas e priorizar uma opção.  “A maioria dos estudantes que estão se preparando para tentar ingressar em algo fora do país se deparam com a falta de tempo. Chega um momento em que o estudo toma a maior parte do seu dia e eu precisei fazer escolhas. No meu caso, optei por priorizar o estudo para as aplicações nos Estados Unidos. Não é algo que eu recomende, mas foi o que funcionou para mim”, pontuou a jovem de 17 anos.

“No decorrer do processo comecei a me deparar com dúvidas, angústias e comparações com outros estudantes. É um processo seletivo que leva muito tempo, são várias fases e o psicológico acaba ficando abalado. Até que numa tarde, recebi a primeira ligação falando sobre a aprovação. É uma emoção que eu não consigo nem descrever”, afirmou Milena.

A estudante optou pelo curso de Relações Internacionais, na Maryville University, localizada na cidade de St Louis, mesma cidade em que a jovem fez o intercâmbio pelo PGM. E para conseguir dar conta de todas as taxas e serviços não custeados pela bolsa que ganhou da universidade, a jovem está dando aulas de inglês e arrecadando fundos equivalentes a R$10 mil no site Vakinha, plataforma brasileira para financiamento de projetos. Ajude Milena clicando aqui.

E para os que estão tentando esse caminho, a jovem mandou um recado: “Acredite em si mesmo, tenham pessoas que te apoiam do seu lado e não escute opiniões irrelevantes. Se for algo que você realmente sonha e quer muito: corra atrás! Tudo depende de você mesmo, não tenha medo de tentar o seu melhor”.

* A pesquisa foi feita pela Belta, uma associação que reúne empresas responsáveis por mais de metade do mercado de educação internacional no país.