Piaui
05.10.2023Com o intuito de promover uma educação mais inclusiva e uma sociedade que respeite os direitos dos povos originários, um grupo de estudantes do Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) Cícero Coelho participou da abertura do Seminário Indígena dos povos Akroá-Gamela e Gueguê, em Uruçuí, distante aproximadamente 440 quilômetros da capital Teresina. A iniciativa do projeto é do Governo do Piauí, por meio da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos.
A programação teve início na terça-feira (3) na Câmara Municipal e segue até sexta-feira (6) com exposições, assembleia e visita à Comunidade Sangue. O estudante Marllus Vinícius, presidente do Grêmio Estudantil do CETI Cícero Coelho, destacou a importância da comunidade escolar se aproximar da temática que envolve os direitos das comunidades indígenas.
“É uma temática que fala das nossas raízes. É preciso conhecer a identidade dos povos indígenas e esse debate entre professores e alunos pode ser fortalecido em nossas escolas. Promover o respeito aos grupos indígenas é um dever de todos nós”, pontuou.
O superintendente de Educação Técnica e Profissional e Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Paulo Henrique Pinheiro, participou do seminário. Na ocasião, ele aproveitou para apresentar o Projeto de Alfabetização “EJA Intercultural Warao”, que funciona em Teresina. Visando atender 82 venezuelanos, com idade de 15 a 70 anos, que vivem desde 2019 em abrigos na cidade, o projeto de alfabetização trilíngue contempla os idiomas Português, Espanhol e Warao.
“Nas salas de aulas, além dos professores brasileiros, os estudantes são acompanhados por 12 educadores sociais Warao, contratados pela Seduc, que atuam como tradutores e mediadores. Essa é uma das iniciativas que demonstram que no Piauí ninguém vai ficar para trás”, falou.
Para o secretário da Educação, Washington Bandeira, o projeto será muito frutífero para ofertar dignidade, acolhimento, educação integral e a inserção no mundo do trabalho aos povos indígenas venezuelanos. “Esse é um projeto único, inédito e pioneiro no Brasil, reconhecido pela agência da ONU para os refugiados. Estamos reformando mais dois imóveis da nossa Rede para melhor atender a esse objetivo de acolher esse público. Além do abrigo, o estado do Piauí oferecerá uma educação completa, com alfabetização, Educação de Jovens e Adultos e educação técnica", destacou o gestor.
A superintendente de Promoção da Igualdade Racial e Povos Originários da Sasc, Assunção Aguiar, enalteceu o interesse dos estudantes pela temática. “Eu agradeço as presenças dos alunos por conta disso. Eles são importantes nesse processo de construção de uma sociedade sem racismo, sem preconceito, mais inclusiva, que promova o respeito a cada pessoa. Quando a gente respeita a gente tem uma sociedade que vive”, finalizou.