“Carta de Agradecimento: A Gratidão em forma de palavras” é o nome do projeto da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Professora Amarina Simões que ganhou uma grande repercussão no Estado na última semana. O trabalho pedagógico envolveu cerca de 110 estudantes, que escreveram cartas de agradecimento para os profissionais de saúde que estão trabalhando na linha de frente contra o novo coronavírus. 

A ideia do trabalho foi do gestor da unidade de ensino, Carlos Alberto Miranda, e da professora de português Rebeca Abreu, mas ele não teria acontecido sem a participação espontânea dos estudantes. Rebeca estava dando aulas por vídeos sobre gêneros textuais, quando Carlos propôs a atividade. “Os adolescentes não têm esse hábito de escrever carta, uma comunicação que a cada dia mais está em desuso. E atrelado a essa necessidade vem a nossa gratidão aos profissionais que estão arriscando suas vidas para conter os efeitos da pandemia”, detalhou Carlos.

Segundo ele, as cartas foram escritas à mão, corrigidas uma a uma, e digitadas posteriormente. “Esse foi um dos melhores momentos que já vivenciei como educador, porque despertamos nos alunos o ato de agradecer, que é tão esquecido nos dias de hoje, e abrir os olhos deles sobre a gravidade do momento em que estamos passando, que o vírus circula entre nós e que nós devemos levar a sério os cuidados com o outro”, frisou o gestor. 

A aluna Kethily Rodrigues, de 15 anos, é autora de uma das cartas. Sua tia passou quase dois meses internada, infectada pelo coronavírus, e a adolescente quis agradecer aos médicos pelo carinho e cuidado que tiveram com ela. “Ela agora está bem, está em casa, mas tive muito medo de perdê-la. E quando a professora me falou do projeto, aproveitei a oportunidade para colocar todo o meu sentimento ali. Eu tenho muita admiração pela área da saúde. Quero ser fisioterapeuta e um dia salvar vidas como eles”, declarou. 

Andreza Cavalcanti é enfermeira e responsável pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas, unidade de saúde que recebeu as cartas. Ela leu diversas mensagens e garantiu que foi impossível não se emocionar. “O que me chamou a atenção da gente foi a sensibilidade dos professores de pensar nessa dinâmica e do empenho dos mais de 100 estudantes que escreveram para a gente. Todas as cartas chegaram envelopadas, higienizadas com todo o carinho nas nossas mãos. Não tem como um profissional que está na linha de frente, cheio de medos e incertezas, não se emocionar com mensagens encorajadoras e de carinho”, acrescentou a profissional.