Pará
17.05.2024Estudantes da rede estadual de ensino do Pará participam, durante esta semana, da Mostra Brasileira de Foguetes – MOBFOG, uma olimpíada inteiramente experimental, que consiste em construir e lançar foguetes, a partir de uma base de lançamento, o mais distante possível. Os lançamentos foram realizados em campo aberto, envolvendo estudantes do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Em Belém, equipes das Escolas Pedro Amazonas Pedroso, Marechal Cordeiro de Farias e Visconde de Souza Franco, realizaram o desafio no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá. Com a supervisão dos professores e equipe, os estudantes constroem seus próprios foguetes utilizando materiais recicláveis, como garrafas PET, plástico ou papelão e canos de PVC.
“É a minha primeira vez participando, fizemos a oficina dos foguetes na escola, depois a gente fez os testes para o lançamento. O nosso foguete foi feito de garrafa PET e a gente usou pasta escolar para poder fazer as asas dele e fita para poder revestir, bem como uma massinha de modelar na ponta para poder fazer um peso maior. Aprendi bastante sobre física, tanto sobre a química, que a gente vai usar uma reação química para poder dar um impulso para o foguete. Foi uma experiência muito legal, diferente do que eu já tinha participado”, conta Tamires Eleres, estudante da Escola Pedroso.
A estudante Ester Gabriela, da 1ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Visconde Souza Franco compartilhou da mesma opinião. “É uma questão de aprender as técnicas e ter jeito, não é força, é jeito, além da calma e concentração na hora do lançamento para não explodir. Estou amando tudo isso, é uma sensação de dever cumprido, já que não tivemos muito tempo para treinar, mas ocorreu tudo bem. Eu me diverti bastante”, disse a estudante.
A iniciativa ajuda a promover valores de sustentabilidade, ao reutilizar materiais recicláveis e destacar a importância da criatividade e da inovação na busca por soluções ambientalmente conscientes, como conta a estudante Samiah Lopes, do 8° ano do Ensino Fundamental, da Escola Estadual de Tempo Integral Marechal Cordeiro de Farias. “O que me chamou a atenção foi o trabalho de sustentabilidade realizado, pois essas garrafas estariam indo para o lixo se elas não tivessem sido pegas para esse fim, iam causar poluição, mas elas foram reutilizadas. Essa é a parte da ciência, abre muitas portas e fico muito feliz, porque eu tive a oportunidade de participar dessa atividade que é muito interessante”, afirma.
A mostra não apenas proporciona uma experiência prática e educativa, mas também estimula o trabalho em equipe, a resolução de problemas e o pensamento criativo. Os participantes são desafiados a aplicar conceitos científicos e matemáticos, na prática, ajustando o design de seus foguetes para alcançar o máximo desempenho em termos de altura e distância de voo.
“É importante esse envolvimentos dos alunos, porque os estudos de Astronomia, Física, Química, estão todos envolvidos com a Mostra Brasileira, então são conteúdos aplicados na prática. Com isso, se torna um recurso didático importante de aprendizado, na prática, além do trabalho em equipe, de pensar coletivamente e tomadas de decisões”, disse Marcelle Rolim, professora formadora do Núcleo de Tecnologia Educacional.
A unidade Professora Placídia Cardoso também incentivou os estudantes a participarem da Mostra. A competição foi realizada no campo de futebol do 2° Batalhão de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro, em Belém. Ao todo, 16 equipes do Ensino Médio fizeram parte do lançamento, obtendo resultados positivos.
“Eu me interessei em fazer parte, porque era uma coisa que eu já gostava e sentia interesse. A gente aprende um pouco de outras disciplinas como Química e Física, além do trabalho em equipe. Eu sempre gostei de fazer isso, só que eu nunca tinha feito na minha vida e logo de cara, quando eu entrei na escola, fiquei muito feliz por ter essas práticas”, frisa Jamilli Corrêa, discente da 1ª série do Ensino Médio, da Escola Professora Placídia Cardoso.
Interior do Estado - No município de Alenquer, na Região de Integração do Baixo Amazonas, as Escolas Estaduais Fulgêncio Simões, Professora Maria Valmont e Amadeu Burlamaqui Simões, incentivaram a participação dos estudantes na Mostra Brasileira de Foguetes.
“A experiência que senti foi única, eu nunca tinha ouvido falar dessa Olimpíada. Foi muito legal produzir esses foguetes, estudar um pouco sobre isso, que eu também nunca tinha estudado, e fazer com que ele saltasse, então foi uma experiência muito boa e gratificante”, disse Eduardo Olivera, da 1ª série do Ensino Médio, da Escola Fulgêncio Simões.
Já em Monte Alegre, também na Região de Integração do Baixo Amazonas, a unidade Presidente Fernando Henrique envolveu 15 estudantes na prática da Olimpíada, e em Ourilândia do Norte, Região de Integração do Araguaia, a Escola Dr. Romildo Veloso, proporcionou essa abordagem transversal e multidisciplinar. O mesmo em Bragança, Região de Integração Rio Caeté.
Os estudantes da rede estadual participaram do Nível 3, destinado aos alunos do Ensino Fundamental, regularmente matriculados entre o 6° e o 9° ano. Neste Nível, os foguetes são lançados obliquamente e movidos pela pressão inserida manualmente pelos respectivos participantes. Bem como do Nível 4, voltado aos estudantes regularmente matriculados em qualquer série do Ensino Médio. Neste Nível, os foguetes são lançados obliquamente e movidos pela pressão gerada pela reação química entre o vinagre e o bicarbonato de sódio.
Sobre a competição - A Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG) é uma iniciativa da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) que atua em conjunto com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
A escola faz as inscrições dos estudantes interessados, que preparam os foguetes de garrafas PET no laboratório. A data limite para os lançamentos dos foguetes da 18ª MOBFOG é até o dia de realização da prova da 27ª OBA, ou seja, até o dia 17 de maio.
Texto: Fernanda Cavalcante / Ascom Seduc