A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência está sendo vivenciado também na Escola Estadual José Maria, localizada no bairro de Santo Amaro, no Recife. Nesta quinta-feira (22), a unidade de ensino realizou diversas atividades com todas as turmas do Ensino Fundamental Anos Finais, apresentando biografias de pessoas com deficiência que exercem sua cidadania e contribuem para construção das políticas públicas, jogos esportivos adaptados, como voleibol e futsal, locomoção guiada, leitura em braile, oficina de desenho com olhos vendados e pintura com a boca.

Atualmente, a escola atende 11 estudantes com alguma deficiência, seja ela intelectual, autismo ou síndrome de down. Por este motivo, a gestão da unidade de ensino resolveu incluir essa ação no calendário escolar para promover a inclusão, acreditando nas potencialidades das pessoas com deficiência e sensibilizar a comunidade escolar a conviver cada vez mais com as diferenças, a partir do exercício da empatia, e construindo relações baseadas no respeito ao próximo. 

“A ideia de promover essas ações é fazer com que os estudantes vivenciem a realidade das pessoas que têm alguma deficiência. Quando a gente venda os olhos, nós mostramos para eles qual a importância da visão ou a ausência dela, porque essas pessoas são capazes de fazer atividades também. A deficiência não é uma limitação, as pessoas alcançam o sucesso mesmo com deficiência”, explicou a professora de apoio Márcia Willians. 

O estudante do 6º ano Ismael Vitor, 11 anos, contou que as atividades oferecidas durante a semana de conscientização farão diferença no seu convívio com as pessoas deficientes. “Eu achei muito legal porque a gente sentiu na pele quais são as dificuldades e limitações que um deficiente enfrenta. Além disso, nos ensinou a saber como é conviver com essas pessoas e ajudá-las em caso de necessidade”, comentou.

Eliane Simões, 55 anos, é deficiente motora. Entre os 23 e 31 anos, sofreu um acidente de carro, que lhe deixou sob condição de se locomover com o auxílio de muletas; em seguida, teve cinco Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs); e posteriormente, descobriu que era portadora de esclerose múltipla progressiva. Sua história foi compartilhada com os estudantes como uma forma de mostrar para eles que é possível alcançar seus objetivos mesmo tendo que enfrentar algumas limitações. 

“Foi um momento muito marcante onde a gente fez uma troca de experiências e eu tive a oportunidade de contar para eles sobre meus sonhos e projetos mesmo com essas dificuldades”, relatou Eliane, que é professora aposentada e voluntária.