Estudantes baianos levam poesia para as ruas da cidade de Itaberaba

Bahia

23.05.2019

A arte poética está ultrapassando os muros do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, localizado em Itaberaba (a 278 km de Salvador). Por meio de textos autorais, os estudantes estão realizando intervenções em espaços públicos, a exemplo do largo da antiga rodoviária do município. O projeto “Poesia no Ponto”, que chega à terceira edição, é protagonizado pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio, sob a orientação de professoras de Língua Portuguesa. Além de distribuir poemas impressos para as pessoas, os estudantes chamam a atenção com a declamação das poesias em voz alta e dramatização dos conteúdos de cunho social.

Com facilidade na oratória, a estudante Ana Júlia Sales, 14, adora declamar “Dona Maria”, por meio da qual ela versa sobre emancipação feminina. “Este projeto é muito interessante e fico muito encantada em participar porque ampliou meus horizontes em relação a questões sociais, como a situação de submissão das mulheres, que precisam tomar consciência para lutar pelos seus direitos e seu lugar na sociedade. Também foi muito legal perceber que este projeto de Português interage com outras áreas do conhecimento, como Sociologia, Filosofia e História. Então, foi fazendo poesias que discutimos muitos temas atuais e importantes para o nosso crescimento”, disse a aluna, que é líder de classe.

A colega Mariana Souza, 14, também é entusiasmada com o projeto, por meio do qual foi estimulada a escrever a poesia “Preconceito com P de preto”. “A poesia é um instrumento importante para falarmos de temas como racismo, desigualdade social, educação e situação política do país, que nos atingem e nos sensibilizam, despertando a nossa consciência. É muito gratificante este trabalho porque contribui não só para o nosso aprendizado, mas também para levarmos conhecimentos para outras pessoas”.

Idealizadoras do “Poesia no ponto”, as professoras de Língua Portuguesa Geovana Rodrigues e Cristina Maria Santana explicam que o projeto tem como objetivo despertar o gosto pela leitura e pela arte de escrever, bem como estimular a expressão criadora e a integração da escola com a comunidade. “Desenvolvemos o trabalho durante três meses em sala de aula e atividades extraclasse. Motivamos os nossos alunos a lerem e escreverem poemas de crítica social e a terem contato com textos literários e jornalísticos. O resultado foi a produção poética criativa, engajada e rica em conteúdo. Eles têm apenas entre 14 e 15 anos e já estão bem preparados para, quando chegarem no 3º ano, escreverem com desenvoltura as suas dissertações”, pontuou Geovana Rodrigues.