Estudantes aprendem matemática através da gastronomia

Pernambuco

23.09.2019

Aprender regra de três fazendo bolo xadrez? Trabalhar com fração enquanto prepara uma caldeirada? Isso mesmo. Foram com essas e outras experiências que 600 estudantes do ensino fundamental da Escola Maria Eugênia Gomes Lopes, localizada no Cabo, descobriram a matemática dentro da gastronomia através do projeto “Gastromática”, uma extensão do projeto “A matemática está em tudo”. Eles apresentaram suas experiências e perceberam que desde a compra do alimento até sua preparação, a matemática está presente.

A ideia foi do professor Eduardo Luiz, que pensou em uma maneira leve e lúdica de passar o conteúdo de matemática mostrando como ela é usada no dia a dia dos estudantes.  Os jovens receberam a visita do chef de cozinha Emerson Lima, para aprender as frações e divisões para as medidas de um bolo, bem como medir o seu diâmetro. Os estudantes também foram a uma padaria do bairro para aprender a calcular a quantidade exata de trigo para fazer determinada quantidade de pão. 

“Nosso objetivo foi apresentar a aprendizagem significativa e concreta aos nossos estudantes. Trouxemos a disciplina dessa forma para facilitar a absorção do conteúdo, desconstruir o bicho de sete cabeças que a maioria das pessoas têm quando se fala em matemática e mostrar que é possível encontrar a matemática em todos os momentos, inclusive nos alimentos”, fala o professor Eduardo. 

“Esse trabalho foi ótimo para ajudar a aplicar nossos conhecimentos na matemática e mostrar que realmente ela está em tudo e em todos os lugares. Na gastronomia não é diferente, vimos ela presente na hora de pesar e medir o bolo, enfim, em muitas outras fórmulas”, declara o estudante Caio Henrique, de 14 anos. 

Falando sobre “Agridoces: As medidas que multiplicam”, as estudantes do Travessia mostraram que aprenderam na prática a regra de três. “Quando pensamos em fazer algum doce ou qualquer outro alimento, precisamos calcular quanto será gasto para uma certa quantidade de produtos, é aí que entra a regra de três, achar o valor correto de cada ingrediente e descobrir quanto será nosso investimento. É um projeto audacioso e que faz com que a mente se exercite e nós entendemos com mais facilidade a matemática”, diz a jovem Licia Gabriele, de 22 anos. 

Nas salas da unidade de ensino, era possível encontrar grupos falando sobre as medidas do suco detox, o valor calórico e quantidade de ingredientes usados na caldeirada de Itapissuma, no “dogão” de Ponte do Carvalhos, além de jogos matemáticos. “É uma satisfação muito grande desenvolver este trabalho em nossa escola. Nossos professores de matemática formam um grupo coeso em nossa escola e quem ganha são os estudantes que agora estão tendo outra visão da disciplina, antes temida”, pontua a gestora da unidade Elineide Alves.