superação
30.01.2020O modelo de Gestão Compartilhada Militar implantado pelo Governo do Amapá na educação estadual foi o trampolim para o salto de mais um aluno de escola pública para o ensino superior.
Aos 21 anos de idade, com muito esforço e vontade de vencer nos estudos, o estudante Emerson Maciel de Sousa alcançou mais um objetivo de vida: ser aprovado em uma universidade pública. Portador de deficiência intelectual, ele acaba de ser aprovado no processo seletivo da Universidade Federal do Amapá (Unifap) e vai cursar Ciências da Computação.
Estudante egresso da escola pública, Emerson cursou o ensino médio na Escola de Gestão Compartilhada Militar Profº Antônio Messias Gonçalves da Silva, localizada no bairro Zerão, zona Sul de Macapá. Ao saber da aprovação, não conteve as lágrimas.
“Chorei muito, fomos para a Unifap e ao chegar lá continuava chorando. Nem acreditava que tinha sido aprovado. Ciências da computação era o curso que eu sempre sonhei em fazer”, conta o jovem emocionado.
Adotado aos quatro anos de idade, a irmã de Emerson recorda que a vida da família nunca foi fácil. No hospital, sempre foi recomendada pelos médicos a manter o jovem em escola pública, para garantir o ensino especializado.
“Só tivemos excelentes professores do ensino especial, desde o fundamental ao ensino médio. A gente tinha medo, principalmente quanto as limitações dele, mas na escola ele sempre foi estimulado a ser independente”, reforça a irmã Marcela Sousa.
Emerson participou de projetos de iniciação científica por onde estou. Representou o Amapá em feiras científicas importantes como a Febrace, de São Paulo, e na Feira de Abaetetuba, no Pará. Outra paixão de jovem estudante é pelo esporte. Atleta da modalidade bocha adaptada, já disputou duas edições da Paralimpíada Escolar.
Marcela e a família tem consciência que o irmão ainda enfrentará muita dificuldade nessa nova fase, e destaca que a história de Emerson serve de motivação para outras pessoas com deficiência intelectual.
“Espero que a história dele possa estimular outros deficientes. Sabemos que não é fácil, mas no final, o resultado é compensador”, finaliza.
Outras aprovações
Até o momento desta publicação, onze estudantes da escola Antônio Messias haviam sido aprovados em instituições públicas de ensino superior do Amapá. Sete estudantes foram aprovados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e outros 5 no Processo Seletivo da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Os estudantes foram aprovados nos cursos de ciência da computação, fisioterapia, letras, história, engenharia elétrica, ciências sociais e ciências ambientais.
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