As escolas da rede pública estadual de ensino nos trazem muitas memórias afetivas, seja por um professor inesquecível, pelas amizades feitas, pelo despertar de uma profissão ou pelos pratos que são servidos durante os intervalos das aulas. Esses sabores remetem sempre às boas memórias do passado, da comida caseira feita pela família, principalmente, aquelas dos almoços de domingo. 

Os cerca de 1,6 milhão de estudantes que estão matriculados na rede estadual só têm o que comemorar, já que o Governo de Minas, desde o início desta gestão, aumentou em mais de 200% o investimento dos recursos estaduais em alimentação escolar. Este investimento representa cerca de R$1,4 bilhão aplicados de 2019 a 2023. 

Em todas as escolas da rede estadual de ensino são servidos, por  dia, aproximadamente 1,7 milhão de refeições, e dentre as 98 opções de preparações previstas nos “Cardápios da Alimentação Escolar”, os estudantes revelaram as que eles mais gostam. Para saber  a opinião dos alunos, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) realizou, neste mês, uma pesquisa amostral, em que foram ouvidas 545 escolas de todas as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SREs) do estado. 

Em primeiro lugar, a refeição preferida dos estudantes é o estrogonofe de frango, acompanhado de arroz, batata e salada, e em alguns casos, até feijão, trazendo um toque de mineiridade e mais nutrição ao prato de origem russa. Completando os pratos que os estudantes mais gostam estão a feijoada e o feijão tropeiro, comidas típicas da culinária mineira que ficaram, respectivamente, na segunda e terceira posição do ranking. 

O resultado da pesquisa despertou a curiosidade do governador Romeu Zema, que acompanhado pelo secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, foi até a Escola Estadual Técnico Industrial Professor Fontes, em Belo Horizonte, para conferir de perto como o prato preferido dos estudantes é preparado. 

“É um salto muito positivo conquistado pela educação mineira. Acredito que todos podem comemorar, porque antes as escolas não tinham recursos necessários para ter essa variedade, oferecer merenda de qualidade. Investimos de maneira significativa na educação. O resultado está aí para todos verem, alimentação saborosa e nutritiva para nossos estudantes”, ressaltou Romeu Zema. 

O secretário Igor de Alvarenga ressalta a importância de uma alimentação adequada para o aprendizado. “A rede estadual de ensino vive uma nova realidade. Trabalho que é fruto desta gestão, que desde o início está comprometida com a educação. Por isso, Minas tem alcançado ótimos resultados em avaliações nacionais, como por exemplo, nas provas do Enem nos últimos três anos”, enfatizou.  

A refeição foi feita com muito carinho pela Auxiliar de Serviços de Educação Básica (ASB), Nilce Pereira da Silva Santos, que trabalha há quatro anos na cantina da escola e tem mãos de fada. “O amor é o principal ingrediente para fazer uma refeição gostosa. Eu e mais dois colegas da minha equipe, quando estamos preparando os pratos, dedicamos nosso carinho e amor. Por  isso os alunos  amam a nossa comida, este é o segredo”, revelou  Nilce. 

A degustação da refeição na unidade de ensino marcou o Dia Nacional da Alimentação Escolar, celebrado anualmente em 21 de outubro. A data  tem como objetivo chamar atenção para a importância de uma alimentação saudável no desempenho escolar dos estudantes de todas as etapas da educação básica. 

Investimentos recordes em alimentação  

A merenda, que é nutritiva e saborosa, segue critérios nutricionais rigorosos, além de padrões de higienização dos alimentos que são bem armazenados, e limpeza da cantina, onde se prepara a comida. A execução dos pratos é acompanhada por nutricionistas da rede que trabalham nas 47 SREs. 

Anna Clara Miranda Resende, que é estudante do curso técnico de eletrotécnica, do 1º ano do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) da E.E. Técnico Industrial Professor Fontes, disse que uma boa refeição na escola é fundamental para se desenvolver nos estudos. Ela faz três refeições por dia, e os pratos são acompanhados de sucos e frutas. 

A aluna gosta da maioria das refeições, mas garante que assim como os demais colegas que participaram da pesquisa, ela também ama o estrogonofe de frango, prato que conquistou seu paladar.  “A nossa comida lembra muito o gostinho das que são feitas em casa. As cantineiras usam um temperinho que é uma delícia, além de fazerem tudo com muito carinho”, celebrou  a jovem. 

Por mês, mais de 35 milhões de refeições entre almoços e lanches  são servidas nas unidades escolares. Esse número só foi possível devido aos investimentos da atual gestão que aumentou em 200% os recursos estaduais para a alimentação escolar. Saltou de R$19,7 milhões, em 2018, para R$436,5 milhões em 2023. 

Cardápio da Alimentação Escolar

A cartilha de Cardápios da Alimentação Escolar foi elaborada por uma equipe técnica de nutricionistas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) na SEE/MG. São 98 opções de pratos que integram a cartilha, entre almoços, lanches e frutas. 

Para o  Ensino Integral  são disponibilizadas uma variedade de 72 opções, sendo 32  de lanche e 40 opções de almoço, que somadas com a refeição do ensino regular, atendem, em média, 70% (setenta por cento) das necessidades nutricionais diárias de calorias, de acordo com o tempo de permanência do aluno na escola, além da oferta de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos), micronutrientes (cálcio, ferro, magnésio, sódio e zinco e vitaminas A e C) e fibras.  

Respeito à gastronomia de cada região 

As cartilhas do Cardápio possuem diversas opções de preparações, com alimentos variados e típicos de cada região. São três tipos de cardápios para atender as especificidades de cada modalidade de ensino, do regular, da educação quilombola e da educação índigena. 

De acordo com a nutricionista responsável técnica do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) na SEE/MG, Tatiane Guimarães Perri Maciel, que também criou o atual cardápio da rede, os gestores são orientados a selecionarem as preparações com maior aceitação e que tenham ligação com a cultura e hábitos da região. 

“Além dos valores nutricionais pensados para cada prato, nos preocupamos também em preservar os hábitos da cultura regional, já que Minas é bem diversa. Para facilitar essa rotina, há uma lista de substituição para hortifrutis, em que o gestor pode selecionar as frutas, verduras e legumes de maior aceitação”, explicou Tatiana. 

Parte dos alimentos usados na preparação das refeições é comprada da agricultura familiar. A aquisição destes produtos é feita por meio de parceria entre a SEE/MG e  Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). 

Em 2022,  a SEE/MG  investiu mais do que o percentual previsto em lei, que determina que 30% do recurso da alimentação escolar seja aplicado em compras dos produtos da agricultura familiar. Ainda no mesmo ano, as escolas estaduais receberam alimentos produzidos por 16.372 agricultores, 32 agroindústrias, e 31 cooperativas e associações de agricultura familiar. 

Desta forma, o Governo de Minas incentiva a agricultura familiar para o fornecimento de alimentos saudáveis às escolas, e ainda,  fomenta a geração de emprego e renda, além de aquecer a economia em todas as regiões do estado.