A busca pela solução de conflitos por meio do diálogo, da negociação e a construção da cultura de paz nas escolas são alguns dos objetivos da Justiça Restaurativa, uma ação do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC), em parceria com o Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes (SEE).

Nesta segunda-feira, 25, servidores das escolas estaduais Frei Heitor Turrini (Cidade do Povo), José Chalub Leite (Areal), Pedro Martinello (Montanhês), Reinaldo Pereira (Rosalinda) e Sebastião Pedroza (Comara) participaram da formação de facilitadores em Círculos de Construção de Paz.

Na prática, os diálogos que deverão acontecer quando da necessidade de resolução de conflitos, literalmente serão em formato de círculo, já que a inspiração vem de uma prática originária na Nova Zelândia, na solução de litígios dos aborígenes maoris, que resolviam seus conflitos com ênfase no diálogo ao redor da fogueira.

Segundo a coordenadora do Núcleo Permanente de Justiça Restaurativa do TJAC, desembargadora Waldirene Cordeiro, essa é uma metodologia mais comprometida com a educação cidadã, que possibilita a formação de sujeitos autônomos, capazes de assumir a responsabilidade por seus atos e restaurar os danos produzidos. “A ideia é emanar justiça, paz, trazer todos para a cultura do diálogo. Nós acreditamos que o diálogo vai ser sempre o melhor remédio ou até mesmo a cura para o problema da violência”, destaca.

O secretário adjunto de Administração e Finanças da SEE, Reginaldo Pereira, relata que, desde que ocorreram as tragédias recentes em alguns estados do país, o governo do Acre intensificou não só as ações de segurança, mas também buscou alternativas e parcerias para desenvolver estratégias de prevenção.

“Felizmente houve um olhar atento do TJAC, que logo se mobilizou em formar uma coordenação para auxiliar no enfrentamento dessas situações. Vejo que a Justiça Restaurativa traz a oportunidade de até mesmo prevenir conflitos e situações de violência”, afirma.

Maria Rosângela da Silva, coordenadora pedagógica da Escola Frei Heitor Turrini, conta que a instituição já trabalha com a comunicação não violenta e que agora, com a Justiça Restaurativa, os resultados serão ainda mais positivos.

“Situações como faltas recorrentes, uma atitude hostil que o aluno apresente repentinamente, serão resolvidas com mais facilidade e segurança com esse conhecimento, talvez sem precisar chamar os responsáveis ou entrar em atrito com esse aluno, mas resolver com o diálogo”, ressalta.

Logo após o evento, o grupo já iniciou a nova etapa da formação, que será colocar em prática os Círculos de Construção de Paz.

Por: Érica Torres

Foto: Clícia Araújo