'Esperamos que a nova escola nos traga mais qualidade de ensino', diz aluno do Arquipélago do Bailique, distrito de Macapá

Amapá

22.11.2023

O estudante Leandro Viana Barbosa, 16 anos, é um dos alunos da Escola Bosque, localizada na Vila Progresso, no Arquipélago do Bailique, distrito de Macapá. Cursando o primeiro ano do ensino médio, ele recebeu com entusiasmo a apresentação do projeto do novo prédio da unidade educacional, anunciado pelo governador Clécio Luís, neste sábado, 18.

O projeto será executado pela Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf), com recursos de emendas do senador Davi Alcolumbre, no valor de R$ 8 milhões. A obra está prevista para iniciar em janeiro de 2024.

"Nós somos ribeirinhos, temos voz e queremos ir mais longe. Queremos uma escola com estrutura digna de ensino nas mesmas condições da cidade e esperamos muito por esse projeto e ainda muito mais pela nova escola", destacou o estudante.

O anseio do novo espaço físico se deve ao fenômeno das terras caídas que vem assolando o Bailique há anos. O evento da natureza consiste no avanço na maré nas matas que causam a derrubada das árvores e vegetações nas encostas das vilas.

Segundo estimativas, nos últimos anos, o rio já derrubou mais de 200 metros próximos da Escola Bosque e atualmente a maré ameaça derrubar um bloco de salas de aulas. O espaço já está isolado do uso escolar.

A adolescente, Aldenize Miranda, estudante da escola Bosque e moradora da comunidade Franco Grande, no Arquipélago do Bailique, conta os desafios de ensino na região.

"Eu acordo 4h30 da manhã para pegar o barco e vir para a escola. Nós temos muitas expectativas com a nova escola, que nos traga mais qualidade de ensino com novos espaços para nossas eletivas. Estamos muito felizes com essa novidade da construção da nossa escola, estamos esperando isso há anos", enfatiza a aluna.

O sonho da nova escola é ainda mais esperado pelos alunos que pararam de estudar por anos e voltaram para a escola. Este é o caso da jovem Neves Correa Gomes, aluna do primeiro ano do ensino médio, que ficou sem estudar por seis anos pela dificuldade de acesso à escola.

A estudante e outros alunos, além de professores fizeram uma trilha da Vila Progresso até a escola para participar das aulas. O percurso, de quase 3 quilômetros, segue por mata fechada, barrancos e pontes em péssimas condições.

"Eu consegui voltar a estudar e ser bem acolhida. Mas tenho um colega de turma que é aluno especial e parou de frequentar a escola pela dificuldade na mobilidade. Então, eu gostaria que a nova Escola Bosque fosse mais acessível", disse a aluna.

A merendeira, Maria do Socorro Gomes Cordeiros, de 50 anos, pede que na nova escola, haja mais espaços para os alunos desenvolverem atividades com o meio ambiente.

"Eu trabalho aqui há 25 anos, vi essa escola ser inaugurada e nunca passar por reforma ou ter um olhar do poder público. Estamos muito felizes por esse olhar do Governo do Estado e pedimos que a unidade tenha mais integração com a natureza e possua novos ambientes diversificados para os alunos", descreveu a servidora.

Escola Bosque

Atualmente, a unidade escolar possui 25 anos de criação e nunca passou por uma grande reforma. Ela fica localizada na Vila Progresso, no Arquipélago do Bailique. Possui 8 salas de aula, mais espaços administrativos, refeitório, área de lazer, dentre outros.

Existem 453 alunos matriculados na 8° e 9° ano, além do ensino médio integral e Educação de Jovens e Adultos (EJA) do ensino fundamental. Têm 71 profissionais, entre professores, servidores e barqueiros.