Mato Grosso
19.05.2022O dia 18 de maio é um dos que marca os eventos do ‘Maio Laranja’, destinado para marcar o combate ao abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescentes. A data foi institucionalizada pela Lei 9.970 no ano 2000, em memória da menina Araceli Crespo que, aos oito anos de idade, sofreu um sequestro, foi violentada e assassinada em 1973, em Vitória, no Espírito Santo. Apesar da impunidade dos assassinos, a lei veio para que a situação nunca seja esquecida e as crianças sejam melhor protegidas.
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) promove e incentiva as unidades escolares para que debatam essa situação e esclareçam cada vez mais os alunos, para que não sejam vítimas de qualquer espécie de violência. Uma das formas de instrumentalizar as escolas é através das ações do Núcleo de Mediação e Conflitos, ligado à Secretaria Adjunta de Gestão Regional.
O núcleo desenvolveu neste ano um plano de ação, com sugestões de temas a serem trabalhados pelas unidades escolares. O plano foi encaminhado às Diretorias Regionais de Educação (DREs) para que as unidades, com sua autonomia, realizem as ações que acharem pertinentes, adequando os temas a sua realidade. Ao Núcleo de Mediação, cabe oferecer suporte as unidades que solicitam apoio.
“A questão do combate ao abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes é um tema constante de discussão, mas é intensificado neste mês, pois é uma temática que precisa ser mais dialogada. Nossos estudantes estão cada vez mais esclarecidos sobre o assunto”, explica Patrícia Carvalho, do Núcleo de Mediação e Conflitos.
Em Nova Lacerda, na Escola Estadual Hermes José da Silva, cerca de 300 alunos do ensino médio se envolveram numa campanha de conscientização contra o abuso e a exploração sexual, com o objetivo de fazer a diferença neste 18 de maio. Por meio da união de alunos, professores e o grêmio estudantil, a comunidade escolar promoveu uma agitação que está contagiado a cidade.
Uma campanha de conscientização para diferenciar e esclarecer os alunos sobre o que é o Assédio, o Estupro e a Importunação Sexual vêm sendo realizada desde o início do mês. Por duas semanas, os professores separaram parte do tempo de aula para debater junto aos alunos esses temas, seja através de informações ou utilizando vídeos. Já o grêmio estudantil, produziu panfletos que foram distribuídos dentro da escola, mas, nesta quarta-feira, eles estarão sendo distribuídos no centro da cidade, a partir das 14h.
“A mobilização da escola foi muito positiva e acabou por atrair a atenção do CRAS, que também promove ações nesta data e acabou se unindo a nós para esta ação de conscientização no centro de Nova Lacerda”, explica o diretor da unidade, Roberto Conceição Nogueira.
Outras ações foram desenvolvidas no Estado. Em Ipiranga do Norte, alunos da Escola Estadual André Antônio Maggi, produziram cartazes alusivos ao dia 18 de maio. Em Diamantino, a Escola Estadual Castro Alves, promoveu uma palestra para toda a comunidade escolar, trabalhando o tema Importunação Sexual. Já no município de Sinop, ações também ocorreram na Escola Estadual Nossa Senhora de Lordes e na Escola Estadual Professor Djalma Guilherme da Silva, que reuniu toda a comunidade escolar para uma palestra.
Na Escola Estadual Élcio Prates, em Guarantã do Norte, o tema do abuso sexual foi trabalhado numa palestra. Já em Água Boa, alunos da Escola Estadual Tiradentes, promoveram uma campanha que chegou até o Instagram da escola, auxiliando também seus seguidores a identificar o que é uma importunação sexual.
Em Cuiabá, a Escola Estadual Francisco Ferreira Mendes, que atende ao Ensino Fundamental e Médio, começou a trabalhar o tema da violência no final do mês de abril. No dia 13 de maio, a escola recebeu o psicólogo Amilton Sandro, da UFMT, para falar sobre o Enfrentamento ao Abuso Sexual. A outra palestra foi proferida pelo doutorando em Enfermagem, Darci Francisco, que falou sobre Assédio Moral e Preconceito Sexual. Todas as palestras são seguidas de debate, para que os alunos possam explorar mais o tema e tirar dúvidas.
Os alunos realizaram outras ações para expressar o que aprenderam, como grafitar a escola e ainda produziram banners que foram disponibilizados na escola, diferenciando o que é Importunação Sexual, Assédio Sexual e Ato Libidinoso. “Essa participação deles foi fundamental e, ainda, temos um grêmio estudantil muito atuante. Todo este mês estamos trabalhando esses temas e finalizamos as ações, participando de um webinar promovido pela Seduc”, detalhou a coordenadora pedagógica, Marli Gouveia de Oliveira.
Texto de Luciana Oliveira.