Tempo Integral
12.08.2019O aumento do número de alunos das escolas de tempo integral que chegam às universidades e salários 20% maiores quando entram no mercado de trabalho estão entre os resultados positivos de uma pesquisa nacional que avaliou os impactos do tempo integral em relação às escolas de tempo parcial na vida de estudantes de escolas públicas em todo o país.
A pesquisa, do Instituto Sonho Grande, foi apresentada em Goiás nesta quarta-feira, 07/08, durante o “I Encontro de Educação Integral em Tempo Integral de 2019”, realizado pela Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc), em Goiânia.
Outros dois índices, também positivos, indicam a redução da evasão e da reprovação nas escolas onde já foi implementado o tempo integral. Os institutos Sonho Grande, Natura e de Corresponsabilidade pela Educação (ICE) são parceiros do Governo de Goiás, por meio da Seduc, na implementação do tempo integral na rede pública estadual de ensino, onde segundo os realizadores da pesquisa, esses impactos também já são sentidos.
Mapeamento
A pesquisa envolveu 400 escolas públicas de tempo integral de Ensino Médio de Pernambuco, estado que há mais tempo adota o modelo. De acordo com a superintendente de Educação Integral da Seduc, Márcia Rocha Antunes, o que foi verificado pelos realizadores da pesquisa, também já é percebido em Goiás, conforme acompanhamento feito pela Secretaria e os parceiros.
Ainda segundo a superintendente, a Seduc, juntamente com o Instituto Sonho Grande, está fazendo um mapeamento das escolas estaduais de tempo integral, tanto as de Ensino Médio quanto as de Ensino Fundamental, com vistas a que sejam feitas, gradativamente, as mudanças e reformulações necessárias.
O levantamento, que considera as especificidades de cada uma das unidades, é feito a partir de três pilares, considerados fundamentais para o pleno funcionamento do tempo integral. Estão sendo analisadas as condições de infraestrutura, de formação dos professores e de investimentos já feitos e os necessários em materiais, maquinário e laboratórios.
Mais vagas
A secretária de estado da Educação, Fátima Gavioli, ao falar com a imprensa durante o Encontro, lembrou o compromisso de campanha do governador Ronaldo Caiado de finalizar seu mandato com 50% a mais de vagas nas escolas de tempo integral. “Estamos trabalhando com afinco para, até 2022, dobrarmos o número de matrículas nas unidades de tempo integral em Goiás”, afirmou. Atualmente a rede pública estadual tem 151 Centros de Ensino em Período Integral (Cepis), que atendem cerca de 19 mil alunos no Ensino Fundamental e 15 mil no Ensino Médio.
Os saltos
Tanto o maior número de egressos das escolas de tempo integral que conseguem entrar nas universidades públicas e ou nas privadas por meio de financiamento público, quanto salários maiores em até 20% para os jovens que entram no mercado de trabalho oriundos de escolas de tempo integral em relação aos que estudaram nas de tempo parcial têm, de acordo com a pesquisa, amparo no modelo adotado nessas escolas.
Como explica a superintendente Márcia Antunes, os principais fatores para os bons resultados nas escolas de tempo integral são: professor e aluno em tempo integral; currículo integrado com os núcleos de disciplinas comum e diversificado plenamente correlacionados e compartilhados; e, uma ação chamada Projeto de Vida, em que os estudantes são incentivados a definir e a delinear o que gostam, o que querem, o que esperam pessoal e profissionalmente ainda na escola e para o futuro.
Outra informação da superintendente que tem, também, o objetivo de ampliar para o maior número de estudantes os acertos alcançados no modelo de escolas de tempo integral do Ensino Médio é o trabalho que tem sido articulado com os parceiros para a reestruturação do tempo integral nas unidades de Ensino Fundamental. “Neste sentido, a Seduc deverá apresentar o modelo e mesmo contribuir tecnicamente com a implementação do tempo integral nos municípios por meio de parcerias”, anunciou.